É considerado um dos mais importantes Etnógrafos da Amazônia

Manoel Nunes Pereira, maranhense que viveu grande parte de sua vida em Manaus. Veterinário por profissão, naturalista por vocação. Autodidata. Um dos mais importantes Etnógrafos da Amazônia. Um dos primeiros a obter reconhecimento de cientistas internacionais entre os quais Metraux, Roger Bastide e Lévi-Strauss.

Nunes Pereira frequentou as tribos do Amazonas por mais de 40 anos. Tornou-se amazônida pelas andanças por rios e florestas, conhecendo bichos, peixes e matas, índios e caboclos; coletando mitos, lendas e histórias cujas reflexões traduziu nos livros: Os índios Maués, Panorama da Alimentação Indígena, A Casa das Minas, Moronguetá.

Pertenceu ao Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), às Academias Amazonense e Maranhense de Letras e a várias associações científicas. Foi pioneiro em estudos sobre Peixe-Boi da Amazônia e Porantim, o remo-mágico dos Mawé. Era um estudioso metódico, um pesquisador obstinado e pertinaz. Além do português, tupi-guarani e nheengatu, dominava o inglês, o francês, o alemão e o italiano. Mantinha intercâmbio verbal e por correspondência com os mais importantes nomes da cultura brasileira e estrangeira.

O tema principal da obra de Nunes Pereira é a denúncia sobre o desequilíbrio ecológico que o progresso provoca às gentes e à terra.

Fonte: SECTI-AM, Atlas dos cientistas do estado do Amazonas