Inovação em incubação de empresas fortalece negócios no Amazonas

18/06/2012- A competitividade exige maior criatividade na hora de montar um empreendimento.  O conceito de inovação é defendido na hora de elaborar um plano de negócios. Mas como colocar uma ideia inovadora de produto ou serviço em prática? As incubadoras dão o auxílio necessário para lançar boas ideias no mercado por meio do acesso direto a instituições de apoio a empresas.

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As alternativas amazônicas vão desde serviços que utilizam a matéria-prima da floresta até a confecção de produtos e serviços onde o requisito é a tecnologia. É o caso das empresas AmazonGreen e Fabriq. A primeira atua no ramo de cosméticos e a outra desenvolve produtos e serviços voltados à tecnologia da informação. A ideia que começou na mente de empresários visionários já virou realidade para uma nova abordagem do empreendedorismo na região, baseado na agregação de valor ao produto final.

Como incentivo ao desenvolvimento econômico e tecnológico, as iniciativas são exemplos de novos negócios de sucesso. As duas empresas receberam o auxílio do Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial (CIDE). Consultoria, assessoria empresarial e ainda divulgação de serviços em feiras e eventos foram as vantagens oferecidas.

A Amazongreen passou pelo processo de incubação durante seis meses.  O empresário Francisco Pontes Aguiar apontou como vantagem da incubação o acompanhamento mais efetivo de consultoria especializada na área. “As principais vantagens são o acompanhamento mais efetivo e os benefícios de participar de programas oferecidos às incubadoras”, afirmou.

Já a Fabriq esteve durante três anos no processo de incubação, tendo o prazo estendido por mais dois anos.  A empresa investe na inovação com o desenvolvimento de projetos de softwares, consultoria e treinamento na área de Tecnologia da Informação.  A orientação na área de gestão foi primordial no aprimoramento dos produtos e serviços na avaliação do empresário Fredson Encarnação.

“A necessidade de desenvolver um plano de negócios como pré-requisito do processo de incubação auxilia o empreendedor a desenvolver uma visão de longo prazo em todas as questões que envolvem um negócio. Além disso, o acesso a consultorias e treinamentos permite que a empresa ganhe maturidade gerencial e aprimore a organização”, destacou. Outra vantagem oferecida é o baixo custo empresarial para a manutenção do empreendimento.

Desafios no mercado

O mercado exige novas ideias, mas na maioria das vezes a falta de experiência e a burocracia desestimulam novos empresários a abrir um negócio. Na visão dos empreendedores, o processo de incubação foi essencial como auxílio na geração das empresas e permanência delas no mercado, a fim de evitar os entraves.

 “As principais dificuldades estão na falta de conhecimento e desenvolvimento de um novo produto, o crédito e a tributação ainda são muito altos para os pequenos empreendedores”, afirmou o presidente da Amazongreen, Francisco Pontes Aguiar. Mesmo assim, o desafio de empreender superou as barreiras. “A motivação foi fabricar produtos fabricados a partir de insumos extraídos da própria natureza. Isso faz com que o desafio seja maior e mais recompensador”, destacou.

Apoio para novas empresas

O Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial do Amazonas (CIDE) é uma das incubadoras do Amazonas que oferece apoio a novas empresas, tendo como requisito o critério da inovação. O Centro está entre os 20 maiores do País no ranking da revista Exame, com 52 empresas incubadas, de acordo com levantamento realizado no ano passado e oferece auxílio na geração e consolidação das empresas.

O modelo de seleção do Cide consiste na avaliação de um plano de negócios e produto inovador. “O período de incubação de empresas é de três anos dependendo do tipo de produto fornecido por ela e de como a empresa está inserida no mercado”, afirmou a consultora do CIDE, Cleide Furtado, durante o 1º Workshop de Start-Ups do Amazonas, realizado no último dia 24 de maio, em Manaus.

Apesar de aparentemente simples, a orientação fez a diferença no modelo de gestão empregado na Amazongreen. “O processo de incubação foi simples e prático. Apresentamos um plano de negócios, a incubadora o analisou e nos orientou a adequarmos alguns tópicos do plano de negócios”, disse Aguiar. Atualmente, a empresa é referência na oferta de produtos à base de matéria-prima regional como perfumes, cremes, óleos e até maquiagem.

Empreender sem medo

A marca da inovação é o principal atrativo para o mercado e também leva a mais exigências para a aquisição de apoios. “O maior pré-requisito é ter um produto ou processo inovador. Orientamos os empresários a escreverem projetos em editais de fomento, pois o Cide não ajuda as empresas no lado financeiro, nossa expertise é trabalhar a ideia e dar o suporte na área de assessoria”, destacou a consultora.

O incentivo para os novos empresários também é uma das marcas da incubação, a fim de colocar uma nova ideia no mercado e evitar riscos e desinformação por conta da burocracia “As empresas crescem contratando profissionais, desenvolvendo seu produto. Elas se consolidam no mercado e fecham negócios não só no varejo, mas também no atacado. Não adianta o empresário ter medo de arriscar”, ressaltou.

Isto também foi o que motivou o empresário Fredson Encarnação a abraçar o desafio. “Soubemos que o Cide estava com processo de incubação aberto e oferecia cursos de empreendedorismo e plano de negócios, isto foi o suficiente na época para nos motivar a realizar a associação. Isso ocorreu em um momento em que a empresa já estava montada e com ponto alugado. Vimos como uma oportunidade de melhorar o próprio negócio que ainda tinha pouco tempo de vida”, lembrou.

Fredson também destaca os benefícios de ter uma incubadora como aliada para ingressar no mundo do empreendedorismo. “Este apoio aumenta a rede de relacionamentos, permite acesso a novos clientes e aumenta a visibilidade da empresa. Além disso, o próprio Sebrae (Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas) e Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores) divulgaram recentemente que a taxa de mortalidade de empresas que passaram por incubadoras é bem menor que o de empresas que não tiveram este apoio, ou seja, é um indicador de que o modelo é bem sucedido”, concluiu.

Fortalecimento de incubadoras

O Estado busca cada vez mais incentivar a instalação de novas incubadoras, visando a aumentar os benefícios.

No último dia 15 de maio, o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (SECTI-AM) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), lançou edital inédito para apoiar o fortalecimento de incubadoras: o Programa de Apoio a Incubadoras (Pró-Incubadoras).

Na ocasião, o titular da SECTI-AM, Odenildo Sena, destacou o caráter inédito da ação e a possibilidade de estimular a criação de novas incubadoras, principalmente no interior do estado. “O lançamento desse primeiro edital voltado para incubadoras é um produto das discussões promovidas pelo Fórum de Inovação – órgão consultivo da secretaria, permitindo a criação de políticas públicas e de ações práticas voltadas para a promoção da inovação e o desenvolvimento do estado”, disse.   

As incubadoras interessadas em participar da seleção podem encaminhar propostas até o próximo dia 13 de julho, para a divulgação de resultados prevista para setembro e contratação a partir de outubro deste ano.

O edital disponibiliza R$ 1,7 milhão da Fapeam para garantir o apoio ao fortalecimento das incubadoras já existentes, por meio da formação de redes, e promover a implementação de novas incubadoras, preferencialmente na Região Metropolitana de Manaus (RMM). Os recursos poderão ser investidos em capital, custeio e bolsa. Para concorrer, as propostas deverão atender a uma das três modalidades previstas no edital. Os investimentos para cada proposta selecionada variam de R$ 100 mil até R$ 500mil.

Acesse o edital: http://www.fapeam.am.gov.br/edital.php?cod=204

Fonte: CIÊNCIA em PAUTA/ SECTI-AM, por Vanessa Brito