Ferramentas para melhorar a citricultura são foco de estudo desenvolvido no Estado
30/05/12 – Nos últimos anos, é crescente a busca de produtores do Estado do Amazonas por novas alternativas agrícolas, a fim de abastecer o crescente mercado local e reduzir os custos gerados pelas longas distâncias dos principais centros de produção até Manaus. A citricultura, no Estado, envolve diretamente mais de duas mil produtores de laranja, limão e tangerina, que se concentram praticamente em municípios vizinhos (Rio Preta da Eva, Iranduba e Careiro). Entre as grandes dificuldades enfrentadas por estes agricultores está a forma de manejo dos frutos e as limitações tecnológicas.
Um projeto, intitulado ‘Desenvolvimento da Citricultura e implantação do modelo de produção integrada no Estado do Amazonas’, coordenado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura Cruz das Almas em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), visa a aperfeiçoar o processo produtivo na área de citricultura e otimizar e preservar os recursos naturais da região.
Segundo o pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Cruz das Almas, José Eduardo Borges, o sistema é baseado em boas práticas agrícolas orientadas por normas técnicas a fim de promover a produção agrícola. “O agricultor recebe orientação para o uso eficiente e adequado dos recursos naturais, conservação do meio ambiente, redução de custos e a garantia de alimentos sem riscos à saúde do consumidor”.
Ele afirmou que as tecnologias empregadas reduzem o uso de insumos contaminantes — o que leva à produção de frutos de melhor qualidade, sem riscos à saúde do consumidor — e permitem o monitoramento do processo e rastreabilidade de toda cadeia, desde as áreas de cultivo até o ponto de venda. “Queremos continuar levando essas orientações aos produtores do Amazonas, principalmente aos de Rio Preto da Eva, um dos principais municípios produtores de citros do Estado”.
O pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Marcos Garcia, explicou que a proposta é conscientizar o produtor, por meio de cursos, para que passe a adotar na sua produção boas práticas. “Já fizemos algumas ações para implantação da Produção Integrada de citros na região, primeiro realizamos uma visita e depois promovemos cursos e outros eventos para conscientizar o produtor. Essas ações já estão surtindo efeito”, disse.
José Eduardo informou que as limitações tecnológicas e o manejo inadequado dos pomares representam ameaças à sustentabilidade da cultura no Estado. E os pesquisadores trouxeram algumas técnicas já comprovadas para implantar a Produção Integrada na região, tentando adaptá-las às condições locais.
Os pesquisadores afirmaram que a citricultura é uma atividade viável à agricultura no Estado, sendo favorecida pelos preços compensadores dos frutos e pelas condições de clima adequadas para a produção ao longo do ano.
Sobre o Projeto
O projeto é coordenado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical Cruz das Almas (BA), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os trabalhos são realizados em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Associação Amazonense de Citricultores (Amazoncitrus). Conta ainda com o apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e da Superintendência Federal de Agricultura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror).
Fonte: Agência Fapeam, por Rosilene Corrêa