Pós-Graduação em Medicina Tropical completa dez anos

28/05/12 – O Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical (PPGT), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), o qual funciona em parceria com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HDV), completa neste mês de maio dez anos de criação. Implementado em 2006, com o objetivo de estudar as doenças com maior ocorrência na região amazônica, o programa já formou 84 alunos de mestrado e 14 de doutorado, o que tem contribuído com o entendimento de processos biológicos, bioquímicos, imunológicos, epidemiológicos, entomológicos, patogenéticos e terapêuticos das doenças consideradas negligenciadas, como tuberculose, malária, dengue e leishmaniose.

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Conforme o coordenador do PPGT, Marcelo Cordeiro dos Santos, quando o programa foi formulado o Estado não dispunha de um programa de pós-graduação capaz de formar, localmente, recursos humanos qualificados na área de doenças tropicais. Hoje, segundo ele, a realidade é bem diferente, uma vez que cinco alunos egressos da primeira turma de doutorado já foram admitidos como professores permanentes, como é o caso do próprio coordenador, três são pesquisadores da FMT-HDV e mais três docentes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

“É visível a contribuição na formação de profissionais qualificados, com perspectiva de um novo panorama sobre o quadro de profissionais da área de saúde que atuam na Amazônia Brasileira e futuros docentes neste ou em novos programas de pós-graduação”, destacou.

Em relação às perspectivas futuras, Santos disse que desde a criação do programa, tanto nos cursos de mestrado quanto de doutorado, cerca de 90% dos alunos selecionados já entram com vínculo empregatício. Ele explicou que os que não têm vínculo, antes mesmo de obter a titulação, são absorvidos pelo mercado de trabalho, como em universidade públicas, privadas e em instituições de pesquisa ou de assistência à saúde da região.

Segundo ele, aproximadamente 70% dos mestrandos e 40% de doutorandos que entram no programa não têm vínculo empregatício todavia há campo de trabalho na região, o que justifica a proposta de fomentar recursos humanos para o Estado, atendendo às demandas sociais do processo saúde-doença.

“A busca pelo programa é grande, principalmente, porque os alunos não precisam se deslocar para o Sul ou Sudeste para estudar. Além disso, representantes do Acre e Roraima têm nos sondado sobre a possibilidade de oferecer o curso no formato interinstitucional”, revelou Santos.   

Quanto aos recursos, em 2011, foram aprovados vários projetos de professores e de alunos da FMT, totalizando um valor de R$ 976.031,24. Os recursos são oriundos de instituições como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Fundação Bill e Melinda Gates, Sanofi-Aventis, Glaxo Smith Kline e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O programa ainda conta com parcerias com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane (Fiocruz/AM), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Integração com a graduação

Na FMT-HDV, são oferecidos estágios aos estudantes de graduação na área de saúde e são desenvolvidas atividades de iniciação à pesquisa, inserindo estudantes de graduação tanto da UEA quanto de outras instituições de ensino superior, nos projetos de pesquisa de dissertação e teses dos discentes do programa. No programa de iniciação científica da FMT-HVD, de 30 bolsistas, 13 são orientados por professores do programa, dez por egressos e seis são orientados por discentes. “Graças à parceria entre a UEA e a FMT-HVD, observa-se a contribuição de ambas para a formação de profissionais qualificados e sua inserção no mercado de trabalho, sendo absorvidos no quadro de professores das instituições locais”, salientou o coordenador enfatizando ainda que os pesquisadores também participam de redes de pesquisa, tais como Rede Malária, Bionorte e Tuberculose, que recebem recursos da Fapeam.

Fonte: Agência Fapeam, por Luís Mansuêto