Criação da Rede Amazonas de Centros de Biotérios é proposta

12/04/12 – Proposições para o fortalecimento e adequação dos biotérios do Amazonas foram o destaque da 5ª Reunião do Fórum de Gestores de Instituições de Ensino e Pesquisa, realizada pela Secretaria de Ciência e Tecnologia do Amazonas (SECT-AM), na última quarta-feira, na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-AM).

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Os biotérios são laboratórios que fornecem animais com estado genético e sanitário adequados para experimentação nas ciências biomédicas. Atualmente, o Amazonas dispõe desses laboratórios na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) e na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-AM). Além disso, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) estuda a criação de um biotério.

Devido à necessidade de adequação desses biotérios às normas que garantam confiabilidade para validar as pesquisas realizadas com os animais, o tema foi levado para discussão no Fórum. Ficou estabelecido que, na próxima reunião do Fórum, o assunto estará novamente na pauta das discussões dos gestores. O objetivo é criar propostas concretas para elevar os biotérios do Estado de forma consolidada.

De acordo com o secretário de Ciência e Tecnologia do Amazonas, Odenildo Sena, é preciso que se crie uma articulação entre as instituições com biotério, estimulando a racionalidade. “A partir dessa articulação será possível buscar recursos para fortalecer os biotérios conjuntamente. O Amazonas precisa credenciar seus biotérios, pois eles estão diretamente relacionados às questões da pesquisa biomédica em geral”, afirmou Sena.

Para a diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Maria Olívia Simão, o investimento e apoio aos biotérios no Estado é uma necessidade para mudar o cenário da pesquisa com animais experimentais. “A iniciativa é uma necessidade que deve ser adequada à legislação vigente, de acordo com padrões exigidos pelos órgãos competentes”, disse.

Durante o Fórum, o diretor do Biotério Central da Ufam, Fábio Tonissi Moroni, apresentou aspectos históricos e de legislação, além de mostrar um panorama das tendências no setor. O professor mostrou a necessidade de entender os biotérios como espaços significativos para o avanço das experimentações científicas, desmitificando a ideia, muitas vezes recorrentes, de que são simplesmente depósitos de animais.

Rede – A proposta de criação de uma Rede Amazonas de Centros de Bioterismo foi apresentada aos gestores e dirigentes das instituições de ensino e pesquisa como alternativa para fortalecer e ampliar a atuação dos biotérios.

O objetivo da proposta é integrar todos os biotérios, construindo um único banco de dados. Cada biotério funcionaria como um centro com uma expertise específica: Controle de Reprodução de Animais de Laboratório; Medicina de Animais de Laboratório; Genético de Animais de Laboratório; Ensino de Ciência de Animais de laboratório; e Nutricional de Animais de Laboratório. A partir da criação da rede seria possível ampliar a atuação, com a realização de Pesquisa, Ensino e Extensão na área de ciência de animais de laboratório.

“A ideia é elevar o nível tecnológico dos biotérios instalados, centrar investimentos, mobilizando a comunidade acadêmica e científica para investir nos controles genéticos sanitários, garantindo a credibilidade das pesquisas”, disse Moroni.

Atualmente, o Brasil possui três experiências de atuação em rede que despontam com alto nível. São elas as redes: Mineira de Bioterismo, Nordeste de Bioterismo e Integrada de Biotérios da USP.

A discussão no Amazonas ganha força pelo fato de que todos os biotérios brasileiros terão que começar a atender à Lei Federal 11.794, que estabelece normas para o controle de experimentação animal, em que os biotérios terão que se credenciar junto ao Conselho Nacional de experimentação Animal (Concea) até janeiro de 2013 para continuar funcionando.

Fortalecimento – Proposto e organizado pela SECT-AM, o Fórum fortalece o desenvolvimento do ensino e da pesquisa no Estado por meio da cooperação permanente entre os órgãos.

“O Fórum se presta principalmente a construir um espaço coletivo que venha a somar forças e uma comunicação entre as instituições. Traz conhecimento, serve para dirimir dúvidas e oportuniza o desenvolvimento de soluções comuns”, disse Odenildo Sena. Ele destacou o fato de as reuniões do Fórum já terem gerado uma série de iniciativas práticas, como a criação de editais, por exemplo.

O Fórum de Gestores foi implantado em março de 2011 e se consolida como espaço para troca de experiências, informações e cooperação técnica entre as instituições integrantes. Atualmente, participam do Fórum 16 dirigentes e/ou representantes institucionais.

Ciência em Pauta/SECT-AM, por Anália Barbosa