Pesquisadores e gestores debatem linhas prioritárias do Sistema de Saúde
30/03/12 – Pesquisadores e gestores da área de saúde se reuniram nesta sexta-feira (30), no auditório do Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane, no Adrianópolis, para discutir as linhas prioritárias que irão compor os projetos do Programa de Formação e Melhoria da Qualidade de Atenção à Saúde (QualiSUS).
Na ocasião, foram apresentadas as linhas temáticas, como o fortalecimento de recursos humanos, gestão financeira e o planejamento de saúde. A meta é contribuir para o fortalecimento das áreas materno-infantil e urgência-emergência. As linhas foram definidas com base nas 19 propostas nacionais apresentadas pelo Ministério da Saúde (MS).
Conforme a diretora-presidenta da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Maria Olívia Simão, o QualiSUS é uma extensão do Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS), o qual vinha sendo desenvolvido desde 2004 em parceria com as fundações de assistência em saúde estaduais. Ela explicou que esta é a segunda reunião para debate das linhas prioritárias. A primeira aconteceu no mês de fevereiro. Na época, as linhas foram discutidas com os gestores de saúde dos municípios e da capital e, hoje, estão apresentando-as aos pesquisadores.
Segundo Maria Olívia, o QualiSUS é uma oportunidade para que os pesquisadores locais apresentem estratégias diferenciadas para os problemas da área de saúde, bem como análises econômicas que demonstrem a necessidade de uma atenção diferenciada para os municípios do Amazonas. “A meta é fazer com que os pesquisadores locais potencializem os grupos de pesquisa existentes entre os grupos nacionais. O resultado será cientistas de alta capacidade para superar os desafios do serviço da área de saúde”, salientou.
De acordo com a coordenadora do Departamento de Planejamento da Secretaria Estadual de Saúde (Susam), Radija Lopes, a meta é contribuir com a implantação das Redes de Atenção à Saúde, com foco na mulher e na criança. A gestora disse que no Amazonas os desafios estão relacionados às dificuldades logísticas, transporte sanitário, o acesso aos municípios e a fixação de profissionais especializados no interior do Estado. “Essas situações tornam o processo oneroso”, salientou.
Segundo Lopes, outra linha de frente que precisa avançar é a estruturação da gestão compartilhada entre as secretarias municipais de saúde, pois são responsáveis pela atenção primária, enquanto a Susam cuida de casos de média e alta complexidade. Ela disse que a saída é fortalecer o processo de cogestão, o sistema de governança, os tipos de contratos e os mecanismos de financiamento. “Não basta ter uma UTI em um município, mas é preciso de médicos intensivistas e políticas diferenciadas para fixar esses profissionais, por exemplo. As ações serão tomadas com base em dados, pesquisa e documentação”, disse.
Lançamento do edital
A expectativa é de que o edital, com a definição das linhas prioritárias, seja lançado até o meio do ano. O Governo do Estado irá apoiar o edital com R$ 1 milhão e o MS investirá R$ 2.120 milhões. O recurso será utilizado para a construção de uma agenda local de pesquisa.
QualiSUS
Tem como objetivo financiar pesquisas em temas prioritários para a saúde da população brasileira, contribuir com o aprimoramento do Sistema Único de Saúde – SUS e promover o desenvolvimento científico e tecnológico em saúde em todos os estados da federação. A ação será nacional. Ao todo, serão investidos R$ 49 milhões, sendo R$ 30 milhões do MS e R$ 19 milhões das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs).
O programa será divido em duas fases. A primeira começou em 2011 e encerrará em 2014. A segunda será de 2015 a 2020. Ela explicou que o termo de adesão induz à organização de pelo menos duas das redes temáticas priorizadas pelo MS (Cegonha e Urgência/Emergência). A primeira fase contará com a participação de dez regiões de saúde em regiões metropolitanas. Os projetos serão selecionados, julgados e acompanhados por especialistas ao longo do biênio. A meta é que, ao final, as pesquisas tenham aplicabilidade na rede de saúde.
Fonte: Agência Fapeam, por Luís Mansuêto