Brasil e Japão buscam ampliar cooperação espacial

01/02/12 – A cooperação entre Brasil e Japão na área espacial foi tema de reunião no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) nesta terça-feira (31/01). Participaram o ministro Marco Antonio Raupp, o diretor da Japan Aeroespace Exploration Agency (Jaxa), Hideshi Kozawa, e o diretor de Política Espacial da Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI), Himilcon de Castro Carvalho.

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Os participantes reiteraram o desejo de parcerias tanto entre os governos como entre empresas das duas nações. O ministro Raupp defendeu que os esforços conjuntos abarquem tecnologia, aplicação e indústria.

Ele propôs que o ponto de partida seja o Programa Internacional de Medidas de Precipitação (Global Precipitation Measurement – GPM), desenvolvido pela Agência Espacial Japonesa e pela National Aeronautics and Space Administration (Nasa, dos EUA) e aberto à participação internacional por meio de agências espaciais e meteorológicas. A iniciativa visa a monitorar globalmente, por meio de satélites, as precipitações na atmosfera, em alta resolução temporal. O Brasil participa do programa com campanhas científicas, desenvolvimento de algoritmos e de um satélite da constelação.

Raupp destacou que o país está consolidando o Sistema Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais e um acordo nesse âmbito poderia ter um impacto muito positivo. “A ideia é começar com algo bem concreto, e depois estimular a ampliação dos trabalhos conjuntos”, disse.

O ministro lembrou as cinco décadas de existência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) e a cooperação brasileira com a China.

Hideshi Kozawa convidou os brasileiros a continuarem as tratativas numa viagem a Tóquio em março. O ministro brasileiro concordou com o envio de uma delegação.

Seminários

Nestas quarta e quinta-feira (1º e 2/02), representantes governamentais e industriais dos dois países participam de seminários na AEB (Brasília) e no Inpe (São José dos Campos-SP) para apresentar as respectivas ações em andamento, tecnologias e interesses. Os eventos, com o objetivo de já engatilhar projetos conjuntos, têm a Embaixada do Japão em Brasília como coorganizadora.

Entre os temas programados estão o Programa Espacial do Japão e o uso de satélites na proteção do meio ambiente e na redução do impacto dos desastres naturais; a cooperação internacional do Japão e as aplicações industriais dos conhecimentos e tecnologias espaciais; e as possibilidades de cooperação espacial Brasil-Japão com parcerias entre os setores público e privado, bem como de cooperação com países sul-americanos no uso dos conhecimentos espaciais. A colaboração estará em pauta tanto no campo das joint ventures quanto no das instituições de pesquisa científica e tecnológica.

Satélite geoestacionário para a Amazônia

Em entrevista ao Jornal O Estado de São Paulo, o ministro de CT&I, Marco Antonio Raupp, destacou que a primeira necessidade para o desenvolvimento da Amazônia é melhorar a infraestrutura de telecomunicações – sem a qual se torna quase impossível organizar projetos de maior porte e fazer ciência de primeira linha. “A oferta de internet banda larga na região é precária. Para preencher essa lacuna, Raupp aposta no lançamento, até 2014, do primeiro satélite brasileiro geoestacionário de comunicação”, disse.

“O satélite geoestacionário é um exemplo de projeto que se encaixa no perfil da região. Vai ser criada uma empresa integradora, constituída pela Embraer e pela Telebrás, e o Inpe vai se envolver nas especificações técnicas e na transferência de tecnologia para empresas nacionais, que poderão ser fornecedoras de uma segunda geração de satélites. Queremos capacitar empresas brasileiras a trabalhar com essas tecnologias críticas”, complementou.

Fonte: MCTI e Jornal O Estado de São Paulo