Competividade da ZFM é um dos desafios do novo superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira
11/01/12 – A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) empossou ontem (10/01) o novo superintendente, Thomaz Nogueira. A cerimônia realizada no Auditório da sede da Suframa contou com a participação massiva de autoridades governamentais, políticas, empresarias e militares da região Amazônica. A grande expectativa era a manutenção da competitividade do modelo da Zona Franca de Manaus (ZFM).
O Secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Odenildo Sena, destacou que “o outro Brasil” não consegue enxergar a relevância da região Amazônica. “Penso que ao lado da estabilidade da Zona Franca de Manaus, falta um grande projeto para que a gente possa se aproveitar dela para criarmos alternativas econômicas para a região. Neste sentido os investimentos em ciência e tecnologia e inovação com recursos do polo industrial são tímidos. O apelo é que as empresas invistam mais em pesquisa e desenvolvimento aqui na região, com capital intelectual do Amazonas”, afirmou.
Neste contexto o ministro interino do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Alessandro Teixeira, foi enfático e listou alguns pontos que precisam ser trabalhados: fortalecer a política, qualificar os recursos humanos da região, trazer mais pesquisadores, fortalecer os institutos de pesquisa e as universidades, fazer o que o Governo Federal tem feito com escolas profissionalizantes. “Nós temos que ver que não só os incentivos da região são importantes, o fortalecimento e a capacidade de recursos humanos são fundamentais”, afirmou.
Atualmente o mercado consumidor brasileiro e até o mundial apresentam uma demanda muito grande para segmentos que não se encontram na ZFM, mas que têm potencial de serem desenvolvidos na região. “Nós precisamos caminhar para um plano estratégico da região, pois temos segmentos, como o setor farmacêutico, que pode ser explorado, principalmente com princípios ativos da região e conhecimento regional”, exemplificou. A indústria de cosméticos também foi citada como uma grande oportunidade, além do polo de duas rodas, do eletroeletrônico e da linha branca.
O novo superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, destacou que é preciso mostrar que o modelo da ZFM não atende exclusivamente a quem vive na Amazônia. “É um modelo que faz parte da solução dos problemas nacionais”, afirmou Nogueira. “Somos uma alternativa eficaz de fortalecimento da indústria brasileira”, acrescentou, enfatizando que para a garantia da evolução do modelo é preciso assegurar condições operacionais à autarquia e investir na superação das dificuldades de infraestrutura, além de utilizar as potencialidades da região. “Neste cenário, o fortalecimento do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), é fundamental”, disse.
Conforme reiterado por todos, há um compromisso do Governo Federal de manter por mais 50 anos e fortalecer o modelo da ZFM. “É imprescindível que o polo industrial de Manaus tenha uma integração com a economia nacional e seja um dos modelos que o Brasil utiliza. Não podemos construir política industrial como já se fez no passado, desconsiderando a zona franca. Ela é um dos pilares da política industrial e tecnológica do país”, concluiu Alessandro Teixeira.
O Governador Omar Aziz afirmou que Thomaz Nogueira foi “talhado” para o cargo e que é um técnico que conhece profundamente os problemas que o Estado atravessa tanto no âmbito estadual quanto nos outros estados da região. “Foram inúmeras as vezes que Thomaz discutiu com seus colegas de outros estados e os convenceu da importância da sobrevivência deste polo industrial”. O governador destacou que quando se fala em alternativas econômicas para a região, ainda se emperra na competitividade por falta de estrutura e logísitica. “Nossa produção de sacaria de malva e juta gera em torno de 40 mil empregos no interior do estado, mas no mês passado o país recebeu uma produção da Índia com preços que não temos condições de competir”, exemplificou cobrando uma ação do Governo Federal para taxar os produtos de outros estados e subsidiar a produção local. “Conte com meu apoio político para que este polo possa crescer cada vez mais e contribuir para o crescimento do Amazonas”, finalizou Omar Aziz.
CIÊNCIA EM PAUTA/SECTAM (4009 8110)