Redes sociais como instrumentos de interação entre políticos e sociedade
Por ser um espaço livre, gratuito e de fácil acesso, a internet tem se expandido diariamente em vários setores da sociedade. Uma das ferramentas mais utilizadas pelas pessoas na web são as redes sociais. Nos últimos anos, um novo segmento tem utilizado esse tipo de comunicação: a dos políticos.
Por intermédio das redes sociais, o parlamentar consegue elaborar melhor projetos, leis, emendas entre outros. Porém esse meio não está sendo utilizado em toda a sua potencialidade é o que concluiu a pesquisa realizada pela Mestra em Ciências da Comunicação, Jonária França, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Comunicação (PPGCCOM) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e desenvolvida com a concessão de bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Com a expansão das redes, conectar-se à web ficou mais fácil. No Brasil existem aproximadamente 109 mil lan houses, o que facilita o acesso das classes C, D e E, aumentando a participação dos cidadãos, dando-lhes maior abertura às questões políticas, além da interatividade entre político e eleitor.
As redes sociais estão sendo utilizadas a favor dos cidadãos, que vêem a ferramenta como uma “voz”, e do político, que abre mais um canal de comunicação para receber as reivindicações, promovendo ações para melhoria da qualidade de vida.
A pesquisa analisou os 24 deputados estaduais do Amazonas e concluiu que apenas três estão fora das redes sociais. O estudo buscou entender os efeitos que a interatividade na web provocou entre os parlamentares e cidadãos.
A pesquisadora verificou que as mídias que antes funcionavam somente como uma agenda política dos representantes, passaram a ser um mecanismo de reinvindicação, de participação e de compartilhamento de informações que agrada ou não os cidadãos no sistema político.
Por isso, um dos desafios das mídias sociais é a interatividade. Ou seja, não adianta estar em uma das mídias sociais e não dar um retorno ao internauta. “Vivemos no momento da coletividade, o conhecimento é coletivo seja na internet ou na política”, diz Jonária.
USO DA INTERNET REGULAMENTADO PELO TSE
A internet também teve que se adequar às leis eleitorais, para que não se tornasse um meio de comunicação sem ordem. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) baixou a Resolução 23.191/2010 que estabeleceu regras para a propaganda na internet, com isso as mídias sociais conquistaram mais espaço entre os eleitores.
No Amazonas, segundo levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (Pnad/IBGE), no ano de 2008 havia um percentual de 30,2% da população, a partir dos dez anos de idade, que já havia utilizado a internet, sendo que a maioria acessa a web fora de suas residências, no geral, de centros de internet grátis ou de locais pagos.
LEI PROMOVIDA PELA INTERNET
A Lei da ficha limpa que foi um movimento proveniente de mobilização por meio da internet, chamado Combate à Corrupção Eleitoral. A campanha foi lançada em 2008 e conseguiu mais de 1,5 milhão de assinaturas. Em junho de 2010, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei Complementar nº 135 que resultou em uma mudança no cenário político, colocando em prática o poder de democratizar de um povo.
Fonte: CIÊNCIAemPAUTA, por Adriana Pimentel