ATLAS DOS CIENTISTAS
Pioneiro da Antropologia Moderna no Brasil
Gilberto de Mello Freyre nasceu em 15 de março de 1900, em Recife. Fez seus estudos universitários nos Estados Unidos, defendendo dissertação de mestrado, em 1922, na Universidade de Columbia, sob o título “Social life in Brazil in the middle of the 19th century” (A vida social no Brasil, nos meados do século XIX), onde a escravidão surgia como seu objeto privilegiado de pesquisa.
O primeiro livro de Freyre foi justamente o que fez dele o responsável pela introdução da antropologia moderna no Brasil. “Casa Grande e Senzala” (1933), descreve a vida nos engenhos e a formação da economia nacional sob o regime da escravidão. A série de obras intitulada “Introdução à história da sociedade patriarcal no Brasil”, inaugurada por “Casa Grande e Senzala”, teve outros dois livros: “Sobrados e mucambos” (1936) e “Ordem e progresso” (1959).
Freyre introduziu no Brasil a antropologia cultural, desenvolvida no início do século nos Estados Unidos. Se cientistas sociais brasileiros podem pesquisar hoje, com legitimidade, a condição da mulher, as minorias sexuais, o espaço doméstico, família e parentesco devem muito ao seu trabalho, mesmo que não tenham consciência disso.
Freyre foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura em 1947 tendo sido um dos poucos brasileiros a receber o prêmio Aspen nos EUA. A Rainha da Inglaterra também o contemplou com o título de sir.
Freyre também publicou obras autobiográficas e escreveu sobre temas como a história da cidade de Recife. Sua obra é polêmica. Tanto no Brasil como no exterior, recebeu fortes críticas quanto a sua visão de sociedade em que predominam mecanismos de acomodação e conciliação, mas existe unanimidade quanto à contribuição de trabalho para o estudo da cultura brasileira.
Gilberto Freyre faleceu em Recife, em 18 de Julho de 1987, aos 87 anos, deixando uma obra caracterizada pela polêmica.
Fonte: SECTI, Atlas dos cientistas do Estado do Amazonas