Produtividade do guaraná é alvo de pesquisa

29/12/2011 – Uma pesquisa realizada no Amazonas revelou que os municípios de Urucará e Apuí se destacam na produtividade do guaraná em relação às demais localidades produtoras no Estado. O trabalho científico atribui isso à forte organização social dos produtores (força do cooperativismo) voltada para o incremento de parcerias empresariais e institucionais em Urucará e o perfil agroempreendedor dos agricultores de Apuí.

Esses resultados foram observados no trabalho desenvolvido pela pesquisadora Fernanda Cardoso que teve por foco analisar a história dos agricultores e o cenário de produção da guaranicultura. A pesquisa intitulada ‘Aspectos da Produção da Guaranicultura nos municípios de Apuí e Urucará no período de 1990 a 2007: a produtividade da terra’ analisou a história da produção do guaraná durante esse período.

“Devido à presença de pessoas nesses municípios que vieram de outras regiões do País e que já tinham experiência na agricultura, houve essa pujança do segmento agrícola nos municípios, sem esquecer os benefícios logísticos que a Transamazônica trouxe no que diz respeito ao fluxo de pessoas e mercadorias”, afirmou Cardoso.

O estudo foi desenvolvido no âmbito do Programa de Desenvolvimento Regional com ênfase em Agricultura e Fronteira Agrícola da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para a conclusão do mestrado da pesquisadora e contou com recursos do Governo do Estado do Amazonas via FAPEAM por meio do Programa Institucional de Apoio à Pós-Graduação Stricto Sensu (Posgrad).

De acordo com a pesquisadora, no Brasil, além do Estado do Amazonas, cultivam o guaraná, os Estados do Mato Grosso e Bahia. Estes Estados possuem um nível de produtividade diferenciado em função das técnicas agrícolas que utilizam insumos como a mão de obra capacitada e investimentos financeiros focados na atividade e no mercado. Cardoso afirmou que no Amazonas o cultivo do guaraná é feito pela agricultura familiar ou de subsistência, assim como em alguns municípios da Região Norte.

Segundo Cardoso, a baixa produtividade dos guaranazeiros em alguns municípios está relacionada ao envelhecimento das árvores, pois algumas já possuem mais de 20 anos de existência. Desta forma, na maioria dos casos, quanto mais jovem é a árvore do guaraná, mais produtiva ela se torna, mantendo assim os demais fatores de produção em equilíbrio.

Importância da FAPEAM no desenvolvimento da pesquisa

Cardoso confirma a relevância da FAPEAM para a concretização da pesquisa. “A Fundação é fundamental uma vez que fornece o suporte financeiro e estratégico por meio de suas parcerias com instituições de pesquisa e ensino, para que ações desta natureza se desenvolvam no Estado. Desta forma, enquanto agente social de mudanças a FAPEAM vem somando esforços para a modificação de paradigmas, dentre eles a questão da produção de pesquisa científica no Amazonas, investindo na ampliação do capital humano e social da Região, construindo, sobretudo, bases para que a parte de ‘extensão’ da pesquisa científica ocorra e produza benefícios em sociedade”, disse.

Sobre o Posgrad

Esse programa consiste em apoiar, com bolsas de mestrado e doutorado e auxílio financeiro as instituições localizadas no Estado do Amazonas que desenvolvem programas de pós-graduação Stricto Sensu credenciados pela Capes.

Fonte: Agência FAPEAM, por Esterffany Martins e Rosilene Corrêa