Alunos desenvolvem Atlas Geográfico Escolar de Manaus
24/11/2011 – Professores e alunos do Ensino Fundamental agora têm uma nova ferramenta para apoio didático da disciplina de Fundamentos da Geografia do Amazonas. Trata-se do Atlas Geográfico Escolar de Manaus, desenvolvido no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE). O programa conta com apoio do Governo do Estado do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM). O material didático foi organizado pela professora Raquel de Moraes Vieira, da Escola Municipal Themístocles Pinheiro Gadelha, situada no bairro Jorge Teixeira, zona leste da capital.
Conforme Vieira, o Atlas foi desenvolvido no segundo semestre de 2010, mas os trabalhos continuam, pois ela pretende lançar também a ‘Cartilha do Potencial Turístico Geográfico da Cidade de Manaus’. Vieira afirmou que a ideia nasceu a partir da falta de materiais didáticos que pudessem ser utilizados nas aulas da disciplina de Fundamentos da Geografia do Amazonas. A matéria é lecionada para alunos do Ensino Fundamental dos 6º e 7º anos. “O município de Manaus não dispõe de nenhum material didático que possibilite a leitura e a representação de seu espaço geográfico, dificultando aos professores e alunos a investigação e constatação de fenômenos naturais e fatores sociais, históricos e culturais locais”, pontuou.
A pesquisa consistiu no levantamento cartográfico do município de Manaus, ou seja, os espaços urbanos e rurais. As informações foram obtidas a partir de materiais disponibilizados por órgãos públicos, como a Secretaria Municipal de Planejamento Urbano (Plano Diretor), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a 4ª Divisão de Levantamento do Exército e Marinha do Brasil (levantamento dos igarapés).
Segundo Vieira, durante o trabalho foi possível observar que Manaus foi a cidade que mais se desenvolveu na Região Norte. Todavia, as interferências sofridas (crescimento desordenado, desmatamentos, poluição dos igarapés), ao longo de sua urbanização, deixaram marcas negativas. O resultado foi a ampliação das áreas periféricas e a diminuição da qualidade de vida dos cidadãos.
O trabalho foi realizado em parceria com estudantes de iniciação científica júnior, que estudam na escola em que Vieira leciona. Bruno dos Santos Lourenço, Carla de Souza Costa, Marcelo Igor O. de Souza, Natanael Tompson S. Moreira, Patrícia Soares Bispo e Emerson Barbosa da Silva contribuíram com o levantamento de dados e realização do projeto.
Para Emerson Barbosa da Silva, 15, estudante do 8º ano do Ensino Fundamental, a participação no projeto permitiu conhecer a história dos bairros e informações que não constam nos livros. Ele disse que pretende continuar realizando pesquisa científica e, caso a professora apresente outro projeto ao PCE, deseja fazer parte da equipe novamente. “Tivemos a oportunidade de entender o processo de desenvolvimento da pesquisa, além de aprender sobre a história de Manaus”, informou.
Pesquisa de campo
Conforme a professora, a pesquisa de campo consistiu no levantamento de dados bibliográficos, como mapas, tabelas, fotos e outros recursos didáticos utilizados na composição do Atlas. Ela explicou que foram coletadas informações históricas e dados atuais, como por exemplo, sobre a quantidade de bairros oficiais em Manaus no ano de 2010. Segundo o IBGE, são 63.
“A estrutura do Atlas não manteve a distribuição de conteúdos como, em geral, é visto neste tipo de material de cunho escolar da caracterização e representação dos aspectos físicos, para a organização social. Normalmente, a organização estrutural obedece a uma metodologia que apresenta dados claros e objetivos, mas que, ao mesmo tempo, oferece possibilidade de interação e de aprofundamento por parte dos professores”, salientou Vieira.
“Observamos que a organização de mapas e posterior discussão em grupo favorecem a construção do conceito de território, ao mesmo tempo em que fundamenta o conceito de mapa. A organização do Atlas Escolar ajuda a (re) conhecer, significativamente, o espaço local, sem perder de vista o global, através de subsídios didáticos, como os espaços de vivência cotidiana, da escola, da rua, do bairro, da cidade, e na escala regional – os espaços de convivência remota, do município, dos limites entre o urbano e o rural, da área de influência do município em sala de aula”, justificou.
Sobre o PCE
É uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da FAPEAM, que tem como objetivo promover a imersão de professores e estudantes de escolas públicas estaduais e municipais em projetos de iniciação científica e tecnológica. Os projetos são desenvolvidos nas escolas contempladas, sob a coordenação de um professor, que conta com um apoio técnico e o auxílio de bolsistas.
O PCE é realizado em parceria com as secretarias de Estado de Educação (Seduc) e Municipal de Educação (Semed) de Manaus e de Itacoatiara. Em 2011, foram aprovados 227 projetos. Desse total, 90 serão desenvolvidos em escolas estaduais de Manaus e 90 em escolas estaduais do interior do Estado. A iniciativa contemplará 19 municípios.
As escolas da Semed conseguiram aprovar 38 projetos de escolas municipais da capital e nove em escolas municipais de Itacoatiara.
Cada projeto pode conter no máximo sete bolsistas, sendo um professor coordenador, que recebe uma bolsa de R$ 461; um apoio técnico, com R$ 360 de subsídio, e mais cinco alunos, com bolsas de R$ 120 cada. O coordenador também recebe auxílio-pesquisa no valor de até R$ 4.840, sendo R$ 840 destinados à compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Fonte: Agência FAPEAM, Luís Mansuêto