OTCA assume compromisso para desenvolver a Amazônia
23/11/2011 – Intensificar as ações de cooperação nas áreas de Inovação, Ciência & Tecnologia, fazer um sistema integrado de informação sobre a floresta dos oito países membros e a criação do projeto da Universidade Regional da Amazônia, foram algumas das decisões tomadas pelos representantes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que reuniu nessa terça-feira (22/11), em Manaus, ministros e chanceleres da organização.
Dalí também saiu um documento que será enviado para a Conferência Rio +20, que irá discutir após 20 anos, as ações e reflexos do que foi debatido na ECO 92.
Sob a coordenação do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio de Aguiar Patriota, a XI Reunião de Ministros pretendeu revitalizar a OTCA e promover o desenvolvimento harmônico da Amazônia e permitir uma distribuição equitativa dos benefícios desse desenvolvimento dentre os países para elevar a qualidade de vida das populações.
“A Amazônia é a única região do planeta que possui uma organização internacional própria, voltada para sua conservação e desenvolvimento. A OTCA é um foro privilegiado para a concepção e implementação de projetos e programas para o desenvolvimento sustentável”, disse o ministro Patriota.
Destinação de recursos Entre as principais discussões ficou acertado o uso do Fundo Amazônia para a realização de programas de monitoramento das queimadas e desmatamentos nos países membros. Segundo Patriota, 20% desse valor está disponível para ser aplicado nesses projetos.
"Quando criamos em 2008 o Fundo, já especificamos esse percentual para estimular o monitoramento em outros países tropicais", disse.
A intenção é criar um compartilhamento de dados florestais entre os membros da OTCA de forma a ter base para discussões internacionais sobre mudanças climáticas. De acordo com Patriota, o maior desafio encontrado pela OTCA está na criação de soluções para o combate à pobreza e a desigualdade social dentro dos países.
“Gostaria de propor que recomendemos ao Conselho de Cooperação Amazônica um estudo para encontrar maneiras de incorporar os temas: inclusão social e combate à fome e a pobreza na agenda da OTCA. E que esse estudo leve em conta formas de financiamento a projetos e iniciativas com esses temas”, comentou.
Outro ponto defendido foi a criação de alternativas para a produção de capital intelectual nativo das regiões. Na opinião do ministro é imprescindível que se crie mecanismos integrados em todos os países para a produção de conhecimento sobre a biodiversidade amazônica, através do fortalecimento da Coordenadoria de Ciência e Tecnologia da OTCA.
Dessa discussão saiu o documento ‘Compromisso Manaus’ (leia acima). “Apenas 30% das espécies amazônicas estão catalogadas. É preciso que o investimento na formação de recursos humanos qualificados e promoção da mobilidade acadêmica sejam prioridade também da OTCA”, defendeu Antonio Patriota.
Fonte: acritica.com, por Kleiton Renzo