Ministério da Saúde quadruplica valor para pesquisa na área

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que a pasta aumentará em quase quatro vezes o valor investido na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação do setor nos próximos quatro anos.

Durante o 1º Encontro com a Comunidade Científica, realizado na última quinta-feira, 8 de setembro, em Brasília, foi apresentado o plano de investimento, que soma R$ 1,5 bilhão nos próximos quatro anos – R$ 350 milhões por ano. Os recursos serão aplicados em ações estratégicas, definidas de acordo o conjunto de temas prioritários contidos no Plano Plurianual 2012-2015, que alinham a pesquisa nacional às necessidades de saúde do País. 

“No momento em que o Ministério da Saúde tem como meta a ampliação do acesso com qualidade a todos os brasileiros, é fundamental o fortalecimento de iniciativas pela pesquisa, desenvolvimento e inovação em saúde”, disse o ministro. Nos últimos quatro anos, o Ministério da Saúde aplicou R$ 400 milhões – o equivalente a 53% de todo o recurso investido no setor no Brasil. Para ele, o País passa a ter capacidade para pensar o futuro, apostando em uma agenda que coloca o País em outro patamar no mundo. “Produzir novas alternativas de tratamento é decisivo para que nosso País seja rico”, complementou.

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Duas outras medidas lançadas durante o evento prometem acelerar tanto o processo de aprovação de testes quanto os novos medicamentos envolvendo seres humanos no País, quanto à publicação de artigos de pesquisadores brasileiros. São duas plataformas que vão reunir projetos de pesquisa e ensaios clínicos em ambientes informatizados online: a Plataforma Brasil e o Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (Rebec).

Ainda, durante o evento, foi lançado um curso para o uso racional de medicamentos, que vai qualificar os profissionais de saúde do SUS na assistência aos pacientes. Paralelamente, uma pesquisa em 35 mil domicílios do País vai levantar como o brasileiro tem acesso aos produtos, adere ao tratamento, usa e descarta os medicamentos. Terá início nesse ano e será concluída em 2013.

Linha de pesquisa

Até este ano, a agenda de pesquisa existente era muito ampla – havia 838 linhas de pesquisa em todas as áreas do conhecimento – e não definia prioridades. Agora, foram eleitas como prioritárias 151 (40 já em andamento) sob o guarda-chuva de 16 objetivos. A Agenda de Pesquisas Estratégicas para o Sistema de Saúde (Pess), possui eixos como o Complexo Produtivo Nacional, Modelo e Instrumentos de Gestão, Atenção Básica e Atenção Especializada, Vigilância em Saúde, Rede Cegonha, Rede de Urgência e Emergência, Saúde Mental Qualificação dos profissionais e trabalhadores de saúde, Assistência Farmacêutica, Regulação e fiscalização da Saúde e Erradicação da extrema pobreza no País.

Para identificar as prioridades de cada região do País e definir os temas prioritários e o local onde seriam desenvolvidas as pesquisas, o Ministério da Saúde realizou um mapeamento das demandas. Atualmente, 56,4% do total de recursos do Ministério da Saúde estão concentrados nas dez maiores instituições do País, localizadas principalmente na região Sudeste. As instituições com maior número de propostas de pesquisa e diversidades de atuação são, nessa ordem: Fiocruz, USP, UFRJ, PUC, UFMG, UFBA, UFRGS e UFC.

Nos últimos 8 anos, 4.314 projetos foram fomentados pelo governo federal, o que inclui 580 instituições, 1.753 dissertações de mestrado, 931 teses de doutorado e 35 pesquisas com pedidos de patente.

FAPEAM e Saúde 

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) vem desde 2003 investindo em pesquisas na área de saúde por meio de cerca de 12 programas criados para atender a demandas específicas como a formação de recursos humanos, infraestrutura e pesquisas voltadas para a ampliação do conhecimento sobre saúde no Amazonas. Neste período (2003 a 2010) já foram investidos cerca de R$ 21,8 milhões.

De acordo com a assessoria da presidência da FAPEAM o maior volume de recursos (R$ 5,6 milhões) foi direcionado para o  Programa de Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS), um programa, desenvolvido em parceria com o Ministério da Saúde e CNPq, que consiste em apoiar, com recursos financeiros, projetos de pesquisa que visem à promoção do desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação na área de saúde no Estado do Amazonas.

Entre as nove instituições beneficiadas pelo PPSUS a Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam) foi a que recebeu mais recursos, mais de R$ 751 mil. O programa prevê pesquisas nas áreas de saúde indígena, vigilância em saúde, doenças negligenciadas, saúde da mulher e da criança, doenças transmissíveis, entre outros.

Foto 1 – Ministro da Saúde, Alexandre Padilha (Luís Oliveira/Ascom-MS).

Foto 2 – Ministro participou do Encontro com a Comunidade Científica (Luís Oliveira/Ascom-MS).

Foto 3-  Pesquisa em saúde realizada no Hemoam (Ricardo Oliveira/FAPEAM).

Fonte: Ministério da Saúde, via Agência FAPEAM