PESQUISA – Software facilita aprendizagem de xadrez
Que o xadrez melhora o desempenho intelectual dos praticantes isso muita gente sabe, tanto que em várias instituições a prática desse esporte é oferecida como atividade extracurricular. Agora o que poucos sabem, principalmente no Amazonas, são os programas de computador gerenciadores desta atividade.
Pensando nisso, um aluno do 3° ano do curso técnico em Informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), Danilo Carvalho Gomes, desenvolveu um programa para acompanhar e coordenar as partidas de xadrez. A pesquisa foi financiada pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica do Amazonas (Pibic Jr) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O projeto intitulado ‘Desenvolvimento de um programa de fonte aberta para gerenciamento de torneios de xadrez’, orientado pelo professor doutor Vicente Ferreira de Lucena Junior, visou desenvolver um programa escrito em linguagem de programação atual por meio de um software livre, capaz de gerenciar os torneios de xadrez e atender às necessidades do Ifam.
Ideia é aumentar o número de adeptos ao esporte
Segundo o estudante, apesar de existir uma infraestrutura adequada no Ifam, o número de enxadristas é pequeno. O objetivo é aumentar o número de adeptos ao esporte. Por isso, a ideia da pesquisa foi elaborar um programa com linguagem java, totalmente em português, para facilitar o acesso dos alunos às informações e permitir a realização de torneios de xadrez utilizando o software.
Atualmente os programas existentes dificultam a compreensão em função da acessibilidade do material, por se encontrarem em língua inglesa. “Para se organizar um campeonato de xadrez, por exemplo, é necessário que se faça um emparceiramento. Existem vários programas que auxiliam no emparceiramento de torneios de xadrez, porém a maioria não oferece uma versão em português e o que oferece não é usado na Região Norte”.
De acordo com Gomes, para criar o aplicativo foi necessário ter conhecimentos de informática, noções de xadrez e conhecer a realidade do Ifam. A linguagem Java foi escolhida por dar destaque à portabilidade e mais segurança em relação às outras linguagens. “O Java pode rodar em qualquer plataforma em que haja um ambiente de execução, tanto que muitas páginas animadas na internet e aplicativos para celulares são programadas nessa plataforma”, explicou o estudante.
Linguagem compatível com a realidade dos estudantes
Segundo Gomes, existem vários programas no mercado, dentre os quais é possível participar de torneios online. Entre os mais conhecidos estão o Swiss Master e o Swiss Tournament Manager, que têm uma interface completamente em inglês. O Swiss Manager, por exemplo, é oferecido em muitas línguas, mas também não inclui o português. Além destes, existe um programa em português, grátis, feito no Brasil e com interface web, o Sigt, mas além de não ser conhecido no Amazonas, o software cadastra pessoas de vários outros Estados do País, dificultando os objetivos propostos no projeto.
O pesquisador disse ainda que a Federação Amazonense de Xadrez utiliza um dos softwares de emparceiramento mais populares, o Swiss Perfect98, que também não disponibiliza versão em português, e possui outra grande desvantagem pois também é pago. “Tirando o fator do idioma os programas têm outros problemas com suas interfaces. Um exemplo disso é o Swiss Master, que é uma versão antiga do Swiss Perfect e tem a interface DOS, que não é de fácil uso e não tem uma aparência rica em detalhes” explicou o pesquisador.
Resultados
A expectativa do estudante é que o projeto possa contribuir para o desenvolvimento das habilidades e organização dos torneios de xadrez. “Nossa pretensão é expandir tudo isso para além da sala de aula, aumentado a prática do xadrez nas escolas e nas comunidades”.
Sobre o Pibic Jr
Desenvolvido pela FAPEAM em parceria com o CNPq, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica do Amazonas (Pibic Jr) consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas, a inserção de estudantes de ensino médio em projetos de pesquisa em instituições públicas e privadas do Estado do Amazonas.
Fonte: Agência FAPEAM, por Valdir Torres (redação) e Carlos Fábio Guimarães (edição)