Parceria entre UEA e Embrapa permite escavações arqueológicas em Iranduba
A Embrapa Amazônia Ocidental abre seu campo experimental no município de Iranduba (AM) para a realização de escavações em solos caracterizados como Terra Preta de Índio (TPI), também chamada de Terra Preta Arqueológica (TPA), em uma atividade inédita envolvendo 14 instituições de pesquisa e universidades do Brasil e do exterior, em trabalho de campo durante 30 dias.
A programação de abertura da atividade “Sítio-Escola em Terra Preta de Índio” será nesta sexta-feira, dia 8 de julho, das 8h às 10h, no auditório do campo experimental Caldeirão, pertencente à Embrapa Amazônia Ocidental , localizado no Km 10 da estrada do Caldeirão, (acesso pelo Km 12 da rodovia AM-070), zona rural de Iranduba-AM.
Participam deste “Sítio-Escola” pesquisadores das seguintes instituições: Embrapa Amazônia Ocidental (Amazonas), Embrapa Solos (Rio de Janeiro), Embrapa Florestas (Paraná), Serviço Geológico do Brasil (CPRM – RJ / CPRM – AM), Universidade de São Paulo/ Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE – USP), Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq – USP), Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade de Wageningen (Holanda).
As escavações no campo da Embrapa têm finalidade científica e acontecem por quatro semanas até o dia 6 de agosto, envolvendo uma equipe de 40 pessoas, das quais 18 são alunos de arqueologia da UEA e os demais profissionais de diversas áreas do conhecimento – que estarão em atividades práticas e teóricas de prospecção pedológica (estudo dos solos) e arqueológica. Na pedologia se estuda os solos em seu ambiente natural e na arqueologia se estuda as culturas do passado a partir da análise de seus vestígios materiais.
O “Sítio-Escola” está integrado como atividade científica do curso de Tecnologia em Arqueologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), como um intenso trabalho de campo no qual serão abordados conceitos e técnicas da arqueologia, assim como para as demais instituições servirá a estudos específicos de diversas áreas do conhecimento, como química do solo, física do solo, microbiologia do solo, dentre outras, de acordo com as especialidades dos profissionais das diversas instituições envolvidas.
Estas atividades no campo da Embrapa estão sendo realizadas através do Projeto Terra Preta de Índio, que integra o Macroprograma 2 da Embrapa com pesquisas em nível nacional sobre “Efeito das Mudanças Climáticas Globais nos Sistemas Produtivos, Sequestro de Carbono e Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE)”.
O coordenador do curso superior de Tecnologia em Arqueologia da UEA, Bruno Moraes, destaca que este “Sítio-Escola” tem um diferencial por reunir diversas áreas do conhecimento, além disso, ainda de acordo com o coordenador é que se trata de uma rica oportunidade para os alunos. “O papel da Universidade não é só reproduzir, mas também gerar conhecimento e durante esses dias, os alunos terão aulas e também estarão em contato com outros pesquisadores participando da produção do conhecimento”, observa.
“Ressalta-se o ineditismo dessa atividade como uma oportunidade em que cientistas, das mais variadas áreas de conhecimento, estarão juntos trabalhando em um mesmo local com o propósito de conhecer mais profundamente a Terra Preta de Índio, a correlação com o que muito se fala recentemente, o Biochar, bem como para o avanço de estudos, subsidiando outras pesquisas, e acumulando conhecimentos no campo da denominada Terra Preta Nova”, explica o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Orlando Paulino, coordenador do projeto Terra Preta de Índio.
Fonte: UEA