Cooperação técnica entre Brasil e Costa Rica apresenta resultados positivos
A Associação de Mulheres Organizadas da cidade de Quajiniquil virou referência na Costa Rica após aprimorarem o cultivo de hortaliças com tecnologias da Embrapa. A produção é vendida para a prefeitura local e utilizada no preparo de merenda escolar. Esse é um dos resultados do Projeto de Cooperação Técnica mantido entre Brasil e Costa Rica sob coordenação da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores.
As atividades do projeto foram iniciadas em 2008 com o treinamento de equipes do Instituto costarriquenho de Inovação e Transferência em Tecnologia Agropecuária (Inta) por pesquisadores na Embrapa Hortaliças para o aperfeiçoamento dos produtores em técnicas de cultivo protegido de hortaliças. Segundo dados recentes do ministério da agricultura da Costa Rica já existem 684 unidades produtivas para um total de 687 hectares cultivados com o sistema.
O especialista em hortaliças, Nozomu Makishima, do Escritório de Negócios de Campinas da Embrapa Transferência de Tecnologia, participou das atividades de diagnóstico, treinamento e acompanhamento do projeto. Ao lado do técnico da Emater /DF, Carlos Antônio Banci, o agrônomo esteve na Costa Rica no final de março para avaliar os resultados e finalizar o projeto junto com os técnicos e o diretor do Inta, José Rafael Corrales Arias.
Makishima visitou campos de cultivo e avalia que os resultados do projeto superaram as expectativas, com impactos socioeconômicos positivos para os agricultores familiares envolvidos e para a região. O agrônomo aprovou o trabalho da Associação de Mulheres, destacando a adoção cuidadosa das técnicas e metodologias compartilhadas. “Isso se deve ao acompanhamento sistemático do coordenador do Projeto Hortaliças do Inta, Roberto Ramírez Matarrita”, diz.
Impactos – Matarrita transformou a experiência numa publicação: Introducción a los cultivos protegidos bajo cobertura plástica em Costa Rica, assinada junto com Johnny Aguilar Rodríguez e Ruth León González. O objetivo foi, segundo ele, fazer com que o intercâmbio com a Embrapa permitisse ao Inta gerar também informações para reduzir riscos da produção.
Do ponto de vista da produção, o coordenador ressalta que a iniciativa proporcionou a diversificação das atividades econômicas, a oferta semanal de hortaliças de qualidade e a alta rentabilidade dos sistemas produtivos. Entre os principais impactos do Projeto, Matarrita aponta ainda a expansão das zonas de cultivo protegido de hortaliças – originalmente concentrada na região central da Costa Rica.
A inserção de novos grupos de produtores como a Associação de Mulheres Organizadas de Quajiniquil, presidida por Carmen Lina Chavarría (foto), foi outro destaque após o aprimoramento do sistema com as tecnologias da Embrapa. A produção da Associação é feita sob túnel, em casa de vegetação e irrigada por gotejamento e tem ajudado no combate à desnutrição de crianças por meio do estímulo ao consumo de hortaliças na merenda escolar.
O apoio a ações de cooperação internacional, coordenadas pela Secretaria de Relações Internacionais (SRI) da Embrapa, tem se incorporado à agenda do Escritório de Negócios de Campinas, segundo destacou o gerente local Fernando Matsuura.
Fonte: Embrapa