Caminhos da difusão científica norteiam debate entre jornalistas e cientistas

21/10/2010 – A responsabilidade na divulgação científica foi o foco do debate “Diálogos Ciência e Jornalismo", promovido pela Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (Sect) e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), ocorrido nesta quinta-feira (21/10), de 10h às 12h no auditório do Clube do Trabalhador-Sesi, como parte da programação da  7ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do Amazonas (SNCT-AM).

Com a presença do titular da Sect e diretor-presidente da FAPEAM, Odenildo Sena, a comunidade científica debateu com jornalistas as formas de repercutir as pesquisas na sociedade.

 

Um dos presentes, o diretor do Departamento de Difusão e Popularização da Ciência do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), Ildeu Moreira, destacou a importância dos papeis tanto do jornalista quanto do cientista. Ele defende a profissionalização e especialização dos jornalistas que cobrem ciência, destacando que deve haver uma maior interação entre os dois profissionais. "A solução é que há muito trabalho. Fazer comunicação científica pública é um desafio enorme" , disse.

 

 Sena, por sua vez, ressaltou a importância da criação do programa de Comunicação Científica, na FAPEAM, onde a ciência é pautada diariamente, criando um canal de comunicação entre o que está sendo desenvolvido pelos cientistas e a população. “Nós pautamos a ciência. Não há um dia em que não tenha matéria jornalística versando sobre ciência. A responsabilidade é dos jornalistas em fazer com que a sociedade possa ser a maior asseguradora de que sem ciência não há salvação”, afirmou Sena.

O tema de hoje “Desenvolvimento Sustentável e Saúde na Amazônia” teve como palestrantes a antropóloga e professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Luiza Garnelo e os jornalistas Gerson Severo Dantas, do jornal A Crítica e Wilson Reis, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas (SJPAM).

Para Garnelo, um fator a ser observado é ter o cuidado de não fetichizar o cientista, já que este deve ter a obrigação de divulgar as pesquisas. "É uma linguagem que o jornalista não conhece. Então o que devemos fazer é profissionalizar essa relação entre cientistas e profissionais do Jornalismo”, frisou.

Já o jornalista Severo destacou a importância de programas como o ‘Globo Repórter’, da rede Globo, que tem interesse na Amazônia e no que se desenvolve na região, mostrando com isso que o segmento desperta sim o interesse da mídia. Para ele, o jornalista não tem que dar o que o leitor quer e sim o que ele precisa. “Houve um caso de uma repórter local que teve acesso aos cientistas e fez um grande trabalho, que ganhou prêmio. É um programa importante, de grande repercussão e que tem interesse por essa área”, enfatizou.

Debate continua

Sob a coordenação da professora da Ufam e jornalista do A Crítica, Ivânia Vieira, o debate continua amanhã (22/10), de 10h às 12h, com o tema “Sustentabilidade e Culturas Amazônicas: desafios para o Desenvolvimento”, com a presença dos palestrantes Renan Freitas Pinto (Cientista Social da UFAM) – Wilson Nogueira (sociólogo, jornalista e escritor) e do presidente do SJPAM, César Wanderley. O evento acontece na programação da 7ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT-AM), na Estação Ciência, instalada no Clube do Trabalhador do Sesi (Alameda Cosme Ferreira, s/nº – Coroado III).

Alessandra Leite e Cristiane Barbosa – Agência Fapeam