Região Amazônica é destaque durante abertura da CNCTI em Brasília

Brasília/DF – A presença das autoridades e pessoas ligadas a Ciência e Tecnologia do Estado do Amazonas ,na Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI) que acontece até a próxima sexta-feira (28), em Brasília-DF, demonstra o quanto a Amazônia está integrada às discussões e metas do governo para o desenvolvimento da região.

 

Já durante a cerimônia de abertura, que contou com as presenças de várias autoridades e do próprio ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende,  a região foi citada, demonstrando o quanto os investimentos são necessários para garantir o desenvolvimento regional, o que depende de ações em C&T.

 

Para o diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisas do Estado do Amazonas(FAPEAM), Odenildo Sena, uma conferência como a CNCTI tem a vantagem de não ter começado em Brasília, na verdade ela é o resultado de ações regionais que trazem contribuições verdadeiramente nacionais para o que vai ser discutido no local. “Esta conferência permite que, a partir do impacto, na mídia, sobre o que será discutido durante os três dias do evento, nós possamos socializar nossas preocupações em relação às necessidades de consolidar, de fato, o sistema nacional de C&T, tornando-o uma ação de Estado”, destacou.

 

Sobre as discussões que se referem à Amazônia, Sena acredita que não haverá muitas novidades, pois já se conhece os “quês” da Amazônia, mas falta o “como”. “Nós já sabemos da importância e relevância do desenvolvimento sustentável da região, mas falta tornar prático isso, o que é fundamental, e depende de recursos para que possamos investir pesadamente em pesquisas e conhecimento sobre a Amazônia, a fim de que ela se torne ainda mais conhecida”, destacou.

 

Para o diretor-presidente da Fundação Amazônica de Defesa da Biosfera (FDB), José Seráfico, a perspectiva de resultados do encontro para região é que se anunciam grandes promessas para a Amazônia. Ele acredita que a conferência introdutória da professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Bertha Becker, sobre o desenvolvimento sustentável da região, na Plenária 1 sobre Desenvolvimento Sustentável, anunciou que existe a possibilidade de se sair do encontro com políticas capazes de atender aos objetivos da população amazônica.

 

“O que esperamos é um desenvolvimento sadio, sem desmatamentos e que leve em conta todos os segmentos da população, e não somente aqueles que se aproveitam das riquezas”, ressaltou.

 

Sobre a destinação de recursos para pesquisa na região, Seráfico acredita que a prioridade hoje é desembaraçar o processo da pesquisa, amarrado a diversos sistemas de controle que muitas vezes prejudicam as atividades científicas.       

   

Visão do INPA

 

Para o diretor do Instituto Nacional de pesquisas da Amazônia (INPA), Adalberto Val, o objetivo maior da conferência é estabelecer as bases e os marcos regulatórios para uma política de Estado de C&T para o próximo decênio.

 

“Estas discussões são extremamente relevantes no que se refere ao desenvolvimento sustentável. Nós não sabemos direito ainda como definir a questão desse desenvolvimento, isso foi muito bem colocado na palestra introdutória. O fato é que nós precisamos, cada vez mais, reduzir a pressão sobre a floresta e criar condição de inclusão social e geração de renda. Sem estas atividades, a pressão sobre a floresta vai continuar aumentando.O que foi dito na abertura e o que será abordado na palestra sobre Amazônia, ainda no primeiro dia do evento, são temas complementares que possibilitam a consolidação de um programa de C&T para o desenvolvimento sustentável da Amazônia no que se refere a inclusão social e geração de renda”, explicou Val, deixando claro que não basta somente monitorar, contemplar a floresta ou ficar diagnosticando desmatamentos, é preciso gerar alternativas para que nós possamos manter a floresta em pé, incluindo a população e o desenvolvimento da região nesse processo. “Isto é o que devemos buscar neste momento para a Amazônia”.

 

Investimentos

 

O diretor do Inpa acredita que nos últimos dez anos ocorreu uma inflexão relevante no desenvolvimento da C&T no Brasil , não só com recursos do governo federal, mas também com os recursos dos governos estaduais. Na Amazônia, este processo foi capitaneado pelo estado do Amazonas com a criação de um setor específico para o desenvolvimento da Ciência. “Um dos temas do início da conferência destacou que a Amazônia depende de pesquisa científica na região, mas, para isso, nós precisamos de cientistas que dediquem a vida para a ciência. Precisamos aumentar o número dessas pessoas, para produzir informação robustas que permitam ao estado brasileiro fazer intervenções necessárias para o desenvolvimento sustentável na região”, finalizou.

 

A CNCTI acontece até o próximo dia 28 de maio, em Brasília, com sessões paralelas e temáticas, para discutir temas específicos, e plenárias com temas ligados à inclusão social, inovação, produção de conhecimentos, entre outros.

Acompanhe a transmissão ao vivo da conferência no site do evento.

 

Fonte: Agência Fapeam