ATLAS DOS CIENTISTAS

Pioneiro na descrição de corpos opacos em organimos vivos

Henrique Charles Morize nasceu em Beaune, na França, a 31 de dezembro de 1860. Devido às dificuldades econômicas por que passava a França, a família decidiu emigrar para o Brasil e aqui tentar uma vida melhor. Em 1880, entrou para a Faculdade de Direito, mas desiludindo-se com o curso pouco depois. Mudando-se para o Rio de Janeiro foi telegrafista e cursou engenharia na Escola Politécnica. Em 1884, após ter prestado concurso, Morize ingressou no então Imperial Observatório do Rio de Janeiro, instituição em que permaneceu durante muitos anos.

Em 1898 defendeu tese sobre os raios catódicos e de Roentgen, fazendo a primeira descrição de corpos opacos no interior de um organismo vivo, com o uso do raio X, o que talvez tenha sido a primeira pesquisa experimental, dentro do contexto da Física Moderna, realizada no Brasil.

A tese, publicada com o título  Raios Catódicos e de Roentgen – Estudo teórico e experimental da descarga nos gases rarefeitos, apresentava relatos de alguns experimentos, feitos em 1896-97, sobre um dos mais importantes temas da física da época: a natureza e o comportamento dos raios catódicos e dos raios de Roentgen (raios-X).

Outra participação  importante de Morize, na história da ciência brasileira, foi a observação  do eclipse total do Sol,  em 29 de maio de 1919, na cidade de Sobral, interior do Ceará, onde foram obtidas as melhores provas do “efeito Einstein” (como era chamada a deflexão da luz pela gravidade).

Em 09 de maio de 1925 Morize recebeu a visita de Albert Einstein, no Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, em sua nova sede, no Morro de São   Januário, no bairro de  São  Cristovão, ocasião em que Einstein teria reconhecido a grande importância do trabalho de pesquisa realizado em Sobral: “O problema que minha mente formulou foi respondido pelo luminoso céu do Brasil”.

As suas atividades em prol da ciência pura e da difusão da educação, da informação científica e da  consolidação de instituições científicas em moldes profissionais contribuíram em muito para que ele desfrutasse da fama de pioneiro da luta pela ciência básica no Brasil. Henrique Morize faleceu no Rio de Janeiro, em 19 de março de 1930.

Fonte: SECTI-AM, Atlas dos cientistas do Estado do Amazonas

atlas00