Amazonas investe na diminuição dos índices de analfabetismo

CIÊNCIAemPAUTA, por Danyelle Soares

Já estamos no chamado terceiro milênio. Mais precisamente na segunda década do terceiro milênio. É a era das inovações tecnológicas, das descobertas e das criações que antes só víamos nos filmes de ficção científica. Por exemplo, quem diria que poderíamos armazenas milhares de informações em só lugar, ou fazer estudos tão minuciosos e precisos como os que fazemos hoje por meio da nanotecnologia? Pois é, hoje tudo isso é possível e a cada dia mais e mais descobertas são feitas por nossos cientistas.

Mas, mesmo com tanta evolução em algumas áreas, como na ciência, ainda vivemos um problema mundial chamado analfabetismo. E no Brasil, não é diferente; os índices ainda são assustadores, com milhões de analfabetos acima dos 15 anos de idade.

Segundo pesquisas do Ministério da Educação, no Brasil existem 16 milhões de analfabetos. Já os que não chegaram a concluir a 4ª série do ensino fundamental I, somam 33 milhões, concentrados em 50% no Norte e Nordeste do País.

Uma dura realidade estudada e, para muitos, causada pelos modelos de educação arcaicos, sem inovações, que inibem a capacidade criativa das pessoas, gerando insegurança e insatisfação pessoal.

Com medo de continuar na escola e ter que enfrentar dificuldades e preconceitos, muitos são tragados por sensações negativas diante dos colegas, dos professores e da direção. Gerando assim, uma aversão à escola.

PROJETO QUER MUDAR ESSA REALIDADE

Segundo o censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Amazonas tem aproximadamente 334 mil pessoas consideradas analfabetas. O índice equivale a 9,6% de toda população. O número deixa o Estado na 11ª colocação dos que possuem maior número de habitantes nessa condição no País.

E foi pensando nisso, que o Governo, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), investe mais uma vez em no programa Amazonas Alfabetizado, que tem como meta alcançar 26 mil pessoas em 2013. As atividades serão realizadas em instituições públicas e em escolas de Manaus e de outros 29 municípios do Estado.

As atividades devem começar em maio, com término previsto para novembro de 2013. As ações desenvolvidas ocorrerão aos sábados, com carga horária total de 240 horas.

As teorias de Paulo Freire e Heloisa Vilas Boas serão a base de sustentação da metodologia a ser utilizada pelo programa. Levando em consideração, com isso, o cotidiano do aluno e a partir disso, a aquisição de novos conhecimentos que incluem o ensino da Matemática, da Lingüística, da escrita e da leitura, além de conceitos ambientais e de cidadania.

LOCALIDADES CONTEMPLADAS

O curso será aplicado em Manaus e em mais 29 municípios do Amazonas, sendo eles: Alvarães, Amaturá, Boa Vista do Ramos, Boca do Acre, Borba, Barreirinha, Benjamin Constant, Beruri, Canutama, Careiro Castanho, Careiro da Várzea, Coari, Iranduba, Itacoatiara, Itapiranga, Japurá, Manacapuru, Manaquiri, Manicoré, Nova Olinda do Norte, Novo Airão, Novo Aripuanã, Parintins, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Silves, Tabatinga, Tapauá e Uricurituba.

Substituindo o Programa Reescrevendo o Futuro, o Amazonas Alfabetizado é coordenado pela Seduc e faz parte de uma ação nacional de alfabetização de adultos sob a coordenação macro do Ministério da Educação (MEC), por meio de sua Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão.

DADOS NACIONAIS

De acordo com uma pesquisa de setembro de 2012, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Nordeste concentra 52,7% do total de analfabetos do Brasil. Os dados apontam que 12,9 milhões de brasileiros com mais de 15 anos de idade não sabem ler nem escrever. Destes, 6,8 milhões estão na região Nordeste, que tem taxa de analfabetismo de 16,9%, quase o dobro da média nacional, de 8,6%.

Os índices mostram que o analfabetismo no Brasil caiu 1,1 ponto percentual em 2011 em relação à pesquisa anterior, feita em 2009. Em 2011, a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, no Brasil, foi estimada em 8,6%. Em 2009, a taxa era de 9,7%.

O Nordeste apresentou a maior evolução entre as regiões, mas continua com uma alta taxa de analfabetismo. O índice caiu 1,9 ponto percentual, passando de 18,8% em 2009 para 16,9% em 2011. No Norte, esse percentual foi de 10,2%.

ANALFABETIMO FUNCIONAL

A pesquisa também mostrou os dados da taxa de analfabetismo funcional que foi estimada em 20,4%, um pequeno aumento em relação a 2009, quando o índice foi de 20,3%. Em 2011, foram contabilizados, entre as pessoas de 15 anos ou mais, 30,5 milhões de analfabetos funcionais no país.

Segundo o IBGE, analfabetos funcionais são pessoas com 15 anos ou mais de idade e menos de quatro anos de estudo. Especialistas também classificam este grupo como pessoas que sabem ler e escrever, mas não entendem aquilo que leem.

A maioria dos analfabetos funcionais (30,9%) está concentrada no Nordeste, de acordo com a pesquisa. A região Norte tem 25,3%. Nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, esse indicador foi de 14,9%, 15,7% e 18,2%, respectivamente.

CIÊNCIAemPAUTA, por Danyelle Soares