CNPq quer aumentar interesse pelo Programa Ciência sem Fronteiras

Aumentar o número de bolsistas de pós-graduação no Programa Ciência sem Fronteiras é um dos principais desafios que se apresentam para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),  segundo o coordenador de ações internacionais do programa, Cassiano Almeida.

Desde o fim de 2011, quando o Ciência sem Fronteiras entrou em operação, foram concedidas aproximadamente 7 mil bolsas de pós-graduação, número abaixo do previsto pelo coordenador.  Segundo Almeida, a meta inicial é conceder 43 mil bolsas a candidatos de pós-graduação até 2015, o equivalente a uma média de 12 mil bolsas anuais. Nessa categoria, estão incluídas, por exemplo, as bolsas a candidatos com doutorado-pleno, cuja adesão, também é considerada modesta, ou seja, não somam mil bolsas.

A falta de domínio da língua inglesa está entre os responsáveis pela baixa adesão de candidatos de pós-graduação ao programa. Hoje, a principal bandeira do Governo Federal para qualificar capital humano no exterior, principalmente em áreas consideradas estratégicas para elevar a competitividade do País.

EXPECTATIVA

A previsão de Almeida é elevar o interesse dos bolsistas de pós-graduação pelo Ciência sem Fronteiras, seja pela melhoria da “proficiência” dos candidatos nos cursos de inglês, seja pelo aumento da divulgação do programa.

“São vários fatores que limitam a adesão de candidatos de pós-graduação ao programa”, disse Almeida.

Na tentativa de resolver, pelo menos, esse gargalo que reduz o interesse de candidatos ao Programa Ciência sem Fronteiras – vinculado ao CNPq, do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e ao Ministério da Educação (MEC) – o Governo criou o Programa Inglês Sem Fronteiras (ISF), no fim de 2012, como uma ação complementar ao projeto que leva estudantes brasileiros para estudarem no exterior.

CONCORRÊNCIA INTERNA

Almeida atribuiu a baixa adesão de candidatos de pós-graduação ao Programa ao aumento da oferta interna de cursos de especialização, já que acabam concorrendo com os estrangeiros. “Antes do lançamento do nosso programa, as oportunidades eram escassas”, declarou o coordenador.

Segundo  ele, a chamada graduação-sanduíche – que tem uma etapa cursada no Brasil e outra no exterior – foi a modalidade que teve maior número de demandas atendidas, correspondendo a 75% do total das bolsas em operação.  Dentro dessa modalidade, os cursos de engenharia foram os mais procurados.

Prestes a completar dois anos de lançamento, em julho próximo, o Programa Ciência sem Fronteiras concedeu mais de 22 mil bolsas de graduação e de pós-graduação em mais de 16 diferentes países até agora. Número semelhante a esse é previsto para ser atingido este ano.  O governo controla o regresso do pessoal por um formulário. Estima-se que até agora 5 mil alunos tenham regressado ao Brasil.

O CNPq tem como meta distribuir 75 mil bolsas de estudo, pelo Ciência sem Fronteiras, nos primeiros quatro anos do programa – considerando apenas os benefícios do Governo. Se levado em consideração o apoio do setor privado, a meta pública é levar 101 mil estudantes para cursos no exterior até 2014.

PRAZO ESTICADO

Inicialmente, o alvo era distribuir 75 mil bolsas até 2014, quando, teoricamente, o programa completaria quatro anos. Pelo fato, porém, de o programa ter começado a ser executado, oficialmente, no fim de 2011, o Governo esticou o cumprimento dessa meta para 2015. Almeida descarta afirmar que essa seja uma medida que altera a meta prevista inicialmente para ser cumprida até 2014.

 Fonte: Jornal da Ciência