Pesquisa utiliza peixes para verificar qualidade da água em igarapé de Manaus

Em Manaus, um estudo utilizou tambaquis para verificar a qualidade da água do igarapé da Bolívia, localizado na AM-010 (Manaus-Itacoatiara). De acordo com a pesquisa, os peixes contaminados apresentaram altas taxas de metais, mutações e problemas respiratórios, tornando-se impróprios para o consumo.

A pesquisa foi liderada pelo mestre em Biotecnologia e Recursos Naturais pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Geverson Façanha da Silva.

Realizado em 2011, o estudo envolveu cinco estudantes do ensino médio do Centro Educacional Arthur Virgílio Filho. Os alunos receberam bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) por meio do Programa Ciência na Escola (PCE).

Ricardo Alexandre, graduando em química pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), esteve entre os bolsistas do projeto intitulado a ‘Utilização do tambaqui como biomarcador genotóxico da qualidade da água do igarapé da Bolívia da cidade de Manaus’.

TESTES

Com o objetivo de verificar o nível toxicológico e seus malefícios para o ser humano,  os pesquisadores coletaram amostras de água contaminada do Igarapé da Bolívia. Na análise,  foram utilizados 24 tambaquis.

Durante os testes, 12 peixes ficaram em aquários com água contaminada e os outros 12 em tanques com água potável. De acordo com Alexandre, foram realizados, posteriormente, exames laboratoriais na UEA. “Fizemos a contagem de células em microscópio e a medição das taxas de hemoglobina e metemoglobina dos tambaquis”, disse.

Segundo o estudante, os tambaquis contaminados apresentaram altas taxas de metais, mutações e problemas respiratórios. “Se consumidos por humanos, esses peixes podem causar até câncer”, alertou Alexandre.

CARREIRA NA CIÊNCIA

O projeto foi publicado como Trabalho Científico Completo (TCC) no Congresso Brasileiro de Engenharia Química (Cobec) e no Congresso Nacional de Iniciação Científica (Conic/Ufam).

“Foi um projeto que me motivou a continuar no ramo da pesquisa. Pelo ótimo resultado da pesquisa, eu poderia ingressar em qualquer curso da Ufam, mas optei por cursar química, pois já tinha definido isso ainda no ensino médio”, afirmou Alexandre.

Há seis meses, Alexandre desenvolveu a pesquisa “Avaliação de metodologias de espectofotométricas para determinação do fator de proteção solar de cosméticos e extratos vegetais”. O projeto, financiado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), conta com a orientação do professor doutor, Roberto Castilho.

Fonte: Agência Fapeam, por Isiane Chaves.