Twitter fica livre de empresas que tentam copiar seu serviço

O Twitter ganhou na última quinta-feira um presente de aniversário: ficou livre de outras empresas que tentam copiar seu serviço. No dia em que completaram-se sete anos que Jack Dorsey, fundador do microblog, mandou a primeira mensagem, a empresa conquistou a patente nos Estados Unidos, requerida em 2008. Assim ficou sua descrição técnica, terá proteção legal: o sistema permite comunicação ponto a multiponto independente de dispositivos. Os pontos finais de destino são independentes dos pontos de entrada originais, e o remetente da mensagem não precisa ter conhecimento dos pontos finais, nem dos endereços de usuário nos pontos finais.

A definição tem o dobro dos 140 caracteres que limitam cada mensagem no Twitter. E certamente esse texto não faz diferença para seus 200 milhões de usuários. Mas é uma segurança diante de outras redes sociais, como App.net ou Identi.ca, que usam várias funções criadas pelo Twitter.

O sucesso que o microblog atinge hoje não era algo óbvio em 2007, um ano depois de ser criado, quando começou a ficar mais conhecido. Em um texto publicado na época, Steven Leary, do site Daily Beast, afirmou que o tamanho limitado das mensagens seria seu “calcanhar de aquiles”. Ele desafiou: “Quanta informação pode realmente ser transmitida em apenas 140 caracteres?”

Para especialistas em redes sociais, porém, o crescimento do microblog se deve exatamente à agilidade, que é consequência da limitação do tamanho dos tuítes — pio, em português, o que explica o pássaro em sua logomarca. Prova da evolução da linguagem é que o dicionário Merriam-Webster registra hoje tanto a definição tradicional do termo quanto a nova: enviar mensagens.

Segundo o especialista em tecnologia e diretor da Ledcorp, empresa de tecnologia para a mobilidade e inteligência corporativa, José Lúcio Balbi de Mello, a objetividade exigida em cada publicação faz do Twitter uma ferramenta de informações concisas e relevantes. “Provavelmente, os idealizadores não imaginaram que ele iria além da concepção técnica e exigiria de pessoas e empresas talento, criatividade e um certo charme para postar com 140 caracteres”, diz.

O sucesso é comprovado pela necessidade de empresas e pessoas comuns estarem na rede. “Estar no Twitter, Facebook e em outras redes sociais é o mínimo esperado para uma empresa existir”, garante Mello. Isso porque, de acordo com ele, as redes são capazes de captar seguidores e consumidores, além de atrair atenção para o seguimento.

De acordo com o diretor-presidente da Webconsult, empresa atuante no mercado de inteligência digital e vice-presidente da Sucesu/MG, Leonardo Bortoletto, 64% das empresas brasileiras registradas têm Twitter, o que, segundo ele, não significa que elas utilizem a rede corretamente. “Ao fazer análise de mercado digital, percebemos que a maioria permanece estacionada, sem gerar informação de qualidade e relevância para angariar fãs e adeptos e não criam reputação”, comenta.

ESTRATÉGIA

Entre os perfis das empresas participantes do Twitter, Mello garante que as mais novas são as mais engajadas, mas que mesmo as antigas devem se adequar a essa tendência. “É um jogo de xadrez em que as peças não se movimentam a cada cinco segundos, mas a cada cinco milésimos de segundo”, exemplifica. Para o futuro do Twitter, o especialista revela que a tendência é a ferramenta caminhar para o segmento de mensagens, assim como ocorre no aplicativo Whatsapp, que permite o envio de SMS gratuito, via 3G ou wi-fi.

Fonte: Estado de Minas