Renda do manejo de pirarucu em RDS do AM ultrapassa R$1,6 milhão em um ano
Em 2012, o Instituto Mamirauá assessorou sete sistemas de manejo nas Reservas Mamirauá e Amanã, que estendeu-se a 27 comunidades ribeirinhas e três colônias de pescadores dos municípios de Tefé, Alvarães e Maraã. O Programa de Manejo de Pesca capacitou mais de 400 pessoas para o uso adequado dos recursos pesqueiros, beneficiando mais de mil pescadores com o manejo.
De acordo com o Instituto, foram capturados 5.858 pirarucus, totalizando 304.183 quilos, o que representa 99,6% da cota autorizada. Do volume total de produção, 303.988 quilos foram comercializados. A média do peso dos pirarucus capturados foi de 52 quilos e a média do comprimento foi de 177 centímetros, sendo que 77,5% dos pirarucus apresentou tamanho igual ou superior a 165 cm.
A maior parte da produção (90,6%) foi comercializada no mercado local (Tefé, Alvarães e Maraã) e 9,4 % da produção ao mercado regional (Manaus). O preço médio pago pelo quilo do peixe foi de R$ 5,54, o que resultou em R$ 1.683.726,90 de faturamento total bruto, proporcionando ao pescador um faturamento médio de R$ 1.586,92.
MANEJO DE PIRARUCU EM 2013
Este é um ano de comemoração para o manejo participativo de pirarucus, promovido com a supervisão técnica do Instituto Mamirauá, nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã, no interior do Amazonas. O manejo está completando 15 anos, alcançando resultados expressivos como o benefício anual para mais de mil pessoas e, desde 1999, estima-se que mais de R$ 10 milhões de reais tenham sido gerados para os manejadores.
Na década de 1990, pesquisas sobre aspectos da ecologia, biologia e pesca da espécie foram realizadas pelo Instituto Mamirauá para subsidiar o manejo. A partir da demanda dos próprios pescadores, em trabalhar de forma legalizada, o Instituto encaminhou um projeto solicitando a autorização para a pesca do pirarucu, dentro de um sistema de exploração sustentável experimental, ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
“Antigamente, a pesca era de uma forma ilegal, sem controle, sem conhecimento. Mas na hora que se colocou o manejo, com a pesquisa do Instituto Mamirauá dentro da Reserva, eles orientaram os comunitários, e os comunitários orientaram seus pescadores, as pessoas da comunidade como uma forma de educar mesmo”, analisou Marcos Cardoso, da comunidade São Raimundo do Jarauá, a primeira comunidade da Reserva Mamirauá a realizar o manejo.
Para Marcos, no futuro, o manejo de pirarucu vai trazer mais renda para as comunidades: “O futuro que eu desejo para essa comunidade é que esse manejo cresça cada vez mais, que fique dando essa mesma renda que está dando hoje para os comunitários, para melhorar ainda mais a qualidade de vida dos moradores, como a gente já sente hoje”, disse.
Fonte: Instituto Mamirauá