Pesquisa avalia inclusão de alunos com paralisia cerebral em escolas de Manaus
Um estudo investiga a inclusão de estudantes com paralisia cerebral nas salas regulares da rede municipal de ensino de Manaus. De acordo com o levantamento, os professores afirmaram que desconhecem as diretrizes que norteiam o atendimento educacional especializado. Eles também informaram que possuem pouco embasamento sobre a deficiência em questão.
O projeto “Políticas inclusivas: a formação do professor do aluno com paralisia cerebral nos documentos oficiais da rede municipal de Manaus” recebeu incentivo do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Realizada em 2012, a pesquisa envolveu o estudante de Pedagogia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Samuel Vicente da Silva Junior. De acordo com o levantamento, em Manaus, há trinta salas que dispõem de recursos multifuncionais, distribuídas em sete zonas distritais. “Entre elas, há aproximadamente cinco escolas que atendem estudantes com paralisia cerebral”, disse Silva.
Segundo o pesquisador, os dados analisados apontam que a inclusão dos estudantes depende do quadro clínico que apresentam, pois nos casos mais graves de paralisia cerebral há dificuldades de atendimento educacional na sala regular. “Observou-se a necessidade de capacitar os profissionais por meio de formação inicial e continuada para melhor atender aos escolares com a deficiência”, analisou.
Conforme a pesquisa, os docentes afirmaram que desconhecem as diretrizes que norteiam o atendimento educacional especializado e possuem pouco embasamento sobre paralisia cerebral. Os resultados ainda apontam que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos países em desenvolvimento, de 10% a 15% da população possui algum tipo de deficiência. Desse percentual, 20% apresenta quadros de deficiência física. “A paralisia cerebral encontra-se nesse tipo de deficiência, definida como desordem no movimento e na postura, ocasionado por uma lesão ocorrida durante o período de maturação do cérebro”, explicou.
O estudante defendeu a união de esforços para a construção da inclusão social nas escolas. “É preciso que haja mais sincronismo entre docentes e demais profissionais da educação que atuam nas escolas para que os alunos sejam incluídos de forma efetiva”, frisou.
PESQUISA
A pesquisa foi liderada pela doutora em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Maria Almerinda de Souza Matos. A professora é coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psicopedagogia Diferencial (Neppd) e docente do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/Ufam).
Os artigos referentes ao projeto foram apresentados e publicados em anais e os resultados foram publicados no livro “Educação Especial, Políticas Públicas e inclusão: os desafios da prática e as contribuições da pesquisa no NEPPD/FACED/UFAM”.
Para Silva, representar o Amazonas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil reforça o compromisso com a divulgação dos resultados das pesquisas desenvolvidas no Estado. “Avalio de forma positiva a participação nesses congressos, pois socializamos dados relevantes e mostramos que fazemos ciência no Amazonas e estamos nos destacando no cenário nacional”, destacou Silva.
Fonte: Fapeam