Pesquisa centenária de vegetação nos EUA tem dados digitalizados

Cientistas da Universidade do Arizona, nos EUA, digitalizaram dados de um dos mais antigos programas de monitoramento da vegetação existentes no mundo, cuja coleta começou há mais de cem anos. As informações são da flora de Tumamoc Hill, também no Arizona, onde ocorrem pesquisas da instituição de ensino.

Alguns dos primeiros trechos de vegetação foram estudados em 1906 – o registro de nascimento, reprodução e morte de cada uma das plantas de certas áreas específicas tem sido atualizado desde então, diz uma nota da universidade. Os dados poderão ser consultados por pessoas de todo o mundo, de acordo com os cientistas.

Tumamoc Hill está localizada em uma região desértica, e por isso tem clima seco. Após estudar a vegetação por tanto tempo, os pesquisadores conseguiram, por exemplo, estimar a longevidade de plantas perenes do local. O estudo “centenário” também ajudou os pesquisadores a rever a ideia de que comunidades de plantas de uma mesma região passam por uma série de etapas, através de gerações, até chegar a um grupo “estável” de espécies chamado de “comunidade clímax”, segundo eles.

“A vegetação no deserto não estava se adaptando para chegar a uma comunidade clímax”, disse um dos coordenadores da pesquisa na região, o cientista Larry Venable. Ao invés de progredir em “sincronia”, diz ele, cada espécie estava mudando em seu próprio ritmo.

Os primeiros trechos de vegetação estudados possuíam 10 m² e foram estabelecidos no início do século 20, nove deles permanecem até hoje, segundo a nota da instituição. Atualmente há 21 trechos estudados, dizem os cientistas.

Os biólogos registram as espécies, a área coberta pela vegetação e a localização das plantas em cada um destes trechos. Até mudas foram mapeadas, afirmam os pesquisadores. Para eles, estudar como as plantas reagem e respondem às mudanças nas condições climáticas ao longo das décadas pode ajudar a entender melhor o comportamento dos ecossistemas.

Fonte: G1