Oceanografia brasileira terá mais recursos em 2013

Este ano será marcante para a oceanografia brasileira e para o salto que o Brasil pretende dar em termos de conhecimento sobre o Oceano Atlântico. A avaliação é do secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre, que participou da abertura do workshop sobre Biotecnologia Marinha – Biomar, em Brasília.

No evento, que acontece até quinta-feira (17) no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), Nobre falou a pesquisadores sobre a expectativa em relação a iniciativas em andamento que prometem ampliar a capacidade da pesquisa brasileira nesse campo, como a aquisição de um navio oceanográfico e a criação do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas e Hidroviárias (Inpoh). Segundo o secretário, o Brasil começa a entrar numa nova era ao disponibilizar meios para a superação do déficit em pesquisas na área.

Ele informou que o navio é resultado de uma parceria público-privada e está em fase final de contratação por intermédio da Marinha do Brasil. Já o instituto, adotará o modelo de organização social para permitir ações transversais e parcerias com outros setores e com o setor privado.

A ideia é que o Inpoh represente toda a costa brasileira e conte, inicialmente, com quatro centros de pesquisa voltados para: o Atlântico Sul; o Atlântico Tropical; pesquisas na área de pesca, aquicultura e maricultura; e de portos e hidrovias. “Trata-se de uma novidade e de uma demanda muito antiga da comunidade científica e que está para se materializar”, disse.

ESTRATÉGIA

O climatologista lembrou que o item oceanos é colocado com ênfase na Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Encti 2012-2015), tendo como foco o conhecimento e o aproveitamento dos recursos oceânicos com responsabilidade e sustentabilidade. Destaque também para o campo da biotecnologia e da bioeconomia, elencadas entre as áreas estratégicas e portadoras de futuro.

Para Nobre, o Brasil tem vantagem comparativa em relação a outros países na questão da bioeconomia pelos imensos recursos naturais e biológicos, sejam continentais ou marinhos, mas isso só se manifestará, na prática, com o desenvolvimento do conhecimento. “Soberania hoje no mundo também se exerce pelo conhecimento”, reforçou. “O Brasil tem que se preparar para ser um líder nessa nova economia que se desenvolve no século XXI.”

O workshop Biomar discute a elaboração de um Plano Nacional de Trabalho da Comissão Interministerial para Recursos do Mar (CIRM) 2013-2015. Conforme lembrou Nobre, em sua participação, o MCTI também trabalha num programa estruturante para a área de biotecnologia, centrado nos laboratórios nacionais, na melhoria da infraestrutura e na resolução de problemas residuais no marco legal.

“É muito importante que nós tenhamos um plano para o conhecimento da biotecnologia marinha e que permita se juntar a outros planos, principalmente ao grande plano estruturante de biotecnologia em desenvolvimento pelo MCTI”, destacou.

O evento teve a participação da coordenadora para Mar e Antártica, Janice Trotte, da diretora do Departamento de Políticas e Programas, Mercedes Bustamante, e da chefe da Assessoria de Coordenação dos Fundos Setoriais, Ana Lúcia Assad. As especialistas do MCTI apresentaram um panorama dos programas e das políticas do ministério voltadas para a área da biodiversidade e para o estímulo à inovação.

 

Fonte: Ascom do MCTI