A Ciência na Educação é tema de audiência pública na Aleam
CIÊNCIAemPAUTA, por Marlúcia Seixas
A Ciência na Educação foi o tema da audiência pública realizada na tarde da quinta-feira (27) no plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam). O debate foi proposto pelo deputado José Ricardo Wendling (PT), presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação, Informática e Inovação.
Segundo o deputado, o objetivo da audiência foi discutir a ampliação de programas, experiências e projetos de estímulo à ciência nas escolas públicas para que os alunos passem a “tomar gosto” pela pesquisa. “Queremos com essa audiência pública discutir a importância da expansão dessas experiências, para que a ciência e a pesquisa saiam de dentro das universidades e das instituições científicas para estarem cada vez mais próximas da sociedade”, disse Wendling.

Arminda Mourão defende investimentos nas áreas de Ciência e Tecnologia nas escolas públicas. Foto: Hudson Fonseca/Aleam
Para a diretora da Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Arminda Mourão, é fundamental que se faça investimentos nas áreas de ciência e tecnologia nas escolas públicas e citou o documento-referência do Fórum Nacional de Educação (FNE), pertinente à Conferência Nacional de Educação a ser realizada em 2014 (CONAE/2014) que propõe avanço nas concepções e nas políticas setoriais e intersetoriais, para uma maior articulação entre a educação básica, superior, pós-graduação, pesquisa, ciência, tecnologia, cultura, desporto, saúde e meio ambiente. “Já temos o caminho que é o Programa Ciência na Escola (PCE), mas precisamos caminhar mais para que possamos atingir as metas propostas no documento do Conae”, recomendou.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI-AM), Odenildo Sena, ressaltou a importância da reunião proposta pelo deputado Wedling para discutir o tema. Ele lembrou que apesar das adversidades muito se tem feito em C&T no Estado. “Os nossos santos de casa aqui no Amazonas na área de Ciência e Tecnologia têm feito muitos milagres”, admite.
Dentre os programas incentivados pelo Governo do Estado nas áreas de Educação e Ciência, o secretário citou o Programa de Iniciação Científica Júnior (Pibic Junior) que promove a iniciação de alunos do ensino fundamental ou médio e é apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
MAIS AÇÕES DE CIÊNCIA NAS ESCOLAS
Outra ação de Ciência dentro das escolas envolve a SECTI-AM, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e a Fapeam. Trata-se do Programa Estratégico de Indução à Formação de Recursos Humanos em Engenharias no Amazonas (Pró-Engenharias/RH-TI), um programa criado originalmente no Estado, no ano passado, que oferece atividades pedagógicas diferenciadas além das disciplinas curriculares do ensino médio, para estimular carreiras acadêmica e profissional nas Engenharias e na área de Tecnologia da Informação. O programa também oferece bolsas para professores e alunos. Duas turmas de alunos da rede pública estadual já participam do programa e uma nova turma acontece este ano numa escola de tempo integral.

Odenildo Sena disse que parceiras estão sendo articuladas para a viabilização de novas turmas do Pró-Engenharias. Foto: Hudson Fonseca/Aleam
Segundo Odenildo Sena, está em articulação a formação de novas turmas em parcerias com a Fundação Nokia, Instituto Federal do Amazonas (Ifam) e Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi). “Os alunos sabem que ao entrar no programa eles estarão mergulhando nas engenharias”, disse o secretário, lembrando que o resultado de desses investimentos não vem de forma imediata, mas em médio e longo prazos.
Outro programa muito citado durante a reunião por todos os expositores foi o Programa Ciência na Escola (PCE), um programa também original do Amazonas e que está sendo replicado no Maranhão e em Pernambuco. “O Programa Ciência na Escola não se confunde com feira de ciências. É gente pequena fazendo o trabalho de gente grande, ou seja, é gente pequena fazendo pesquisa”, disse Odenildo Sena.
SOBRE O PCE
O PCE é uma parceria entre SECTI-AM, Fapeam, Seduc e Semed. Em 2004 quando o programa foi lançado, ele começou com 7 projetos na capital e nenhum no interior. Em 2008, foram 75 projetos na capital e 4 no interior. Em 2013, são apoiados 195 projetos na capital e 142 no interior do Amazonas. “O Programa Ciência na Escola é um sucesso absoluto”, na visão do secretário e demais participantes da audiência pública.
O PCE também foi implantado em escolas das unidades de conservação através de uma parceria com a Fundação Amazonas Sustentável (FAS). Em todo o Amazonas, de 2004 a 2013 já foram investidos mais de R$ 14 milhões no programa.
O professor da Escola Municipal Ulisses Guimarães, Rosivaldo Moreira, apresentou o PCE e alguns projetos desenvolvidos em Manaus. Para a audiência pública foram convidados gestores de órgãos e instituições de CT&I, Educação e Pesquisa, professores e estudantes.
CIÊNCIAemPAUTA, por Marlúcia Seixas