Morre Bertha Becker, geógrafa e pesquisadora

Faleceu no sábado (13), no Rio de Janeiro (RJ), aos 83 anos, a geógrafa, professora e pesquisadora Bertha Koiffmann Becker.

Membro da Academia Brasileira de Ciência, professora emérita da Universidade Federal de Rio de Janeiro e agraciada com doutorado honoris causa e outras homenagens recebidas por vários centros acadêmicos do mundo Bertha Becker é referência quando o assunto é Amazônia.

Bertha Becker é autora das seguintes obras: Geopolítica da Amazônia;     Dimensões Humanas da Biodiversidade – O Desafio de Novas Relações Sociais (coautoria de Irene Garay);     Migrações Internas no Brasil – Reflexo da Org. do Espaço Desequilibrada; Tecnologia e Gestão do Território (Bertha Becker et al.);     Amazônia. Geopolítica na virada do III Milênio; Um Futuro para Amazônia (coautoria de Claudio Stenner); e Dilemas e Desafios do Desenvolvimento Sustentável (com Ignacy Sachs e Cristovam Buarque).

Por mais de 40 anos, a geógrafa se dedicou a estudos sobre Amazônia e sobre conflitos fundiários no Norte e Centro-Oeste do Brasil, pesquisando a geografia humana e política regionais.

A morte de Bertha Becker abalou acadêmicos, pesquisadores e amigos. Odenildo Sena, secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, que publicou em novembro de 2011, em seu blog http://blogs.d24am.com/odenildosena/2011/11/15/bertha-becker/, artigo sobre a geógrafa disse estar bastante triste porque Bertha representava aquela voz e aquele olhar diferentes em relação à Amazônia. “Ela não tinha aquela ideia de que a Amazônia precisa simplesmente ser preservada, é claro que ela defendia isso, mas ela defendia, também, que é uma coisa bem inovadora, a Amazônia para os amazônidas, ou seja, se nós temos tanta riqueza aqui, nós precisamos tirar proveito dessa riqueza e dividi-la com as pessoas que vivem da Amazônia. Isso me fascinava muito nas ideias dela”, declarou.

Segundo ele, “Bertha havia sido convidada para colaborar com o plano de C&T para a Amazônia, mas embora ela não tenha tido tempo de se envolver na sua elaboração, eu tenho absoluta convicção de que ele está sendo inspirado em muito das ideias dela”.

O corpo de Bertha foi enterrado no Cemitério de Vilar dos Teles, em Belford Roxo (RJ).

CIÊNCIAemPAUTA, por Marlúcia Seixas