Fiocruz vai produzir remédio para Parkinson
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu ao Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) licença para produzir o medicamento Dicloridrato de Pramipexol, indicado para o tratamento da doença de Parkinson. O Pramipexol, como é mais conhecido, faz parte da lista de medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF), uma estratégia de acesso a medicamentos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
O atual registro para a produção do medicamento, obtido na última segunda-feira (22), é fruto de um acordo de transferência de tecnologia assinado, em novembro do ano passado, por Farmanguinhos e o laboratório alemão Boehringer-Ingelheim (detentor da tecnologia do Dicloridrato de Pramipexol). A parceria consiste na transferência da fabricação e distribuição do medicamento nas apresentações de comprimidos de 0,125 mg, 0,25 mg e 1,0 mg.
Todo o processo de transferência e absorção da tecnologia terá duração de cinco anos, e as primeiras etapas começaram no início de 2012. Nos três primeiros anos, o medicamento será totalmente fabricado pela indústria alemã. Nesse período, os pesquisadores de Farmanguinhos passarão por treinamento e capacitações e os medicamentos já chegarão aos postos de dispensação com o rótulo de Farmanguinhos. Faltando dois anos para o término do contrato, Farmanguinhos produzirá 50% da demanda nacional. Ao fim, a unidade terá o domínio do conhecimento para o desenvolvimento e a produção do medicamento de forma autônoma.
PARKINSON
A Doença de Parkinson é um dos problemas neurológicos mais comuns e intrigantes dos dias de hoje. Tem distribuição universal e atinge todos os grupos étnicos e classes socioeconômicas. Estima-se uma prevalência de 100 a 200 casos por 100 mil habitantes. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que 1% da população acima dos 65 sofre com o Mal de Parkinson. No Brasil, a estimativa é de que pelo menos 200 mil pessoas tenham essa doença degenerativa do sistema nervoso central. Normalmente, ela não atinge um grupo específico de pessoas, mas os sintomas surgem a partir dos 50 anos.
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias, por Aline Silva de Souza