Fototerapia evita amputação de pé diabético
Um técnica experimental que utiliza a fototerapia para tratar pés diabéticos tem se mostrado eficaz para evitar amputações. Cerca de 90 pacientes já passaram pelo tratamento no Hospital de Ensino Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP). A iniciativa é resultado de um projeto do médico João Paulo Tardivo, autor da técnica, em parceria com a Faculdade de Medicina do ABC.
Tardivo, que já desenvolvia trabalhos com fototerapia, teve a ideia de aplicá-la em diabéticos ao atender pacientes que não tinham alternativa além da amputação. Por apresentar uma diminuição da sensibilidade dos pés por causa da neuropatia periférica, o diabético não sente dor e, portanto, não percebe quando o membro inferior sofre lesões. Além disso, a deficiência circulatória e a baixa imunidade associadas à doença fazem com que o ferimento não se cure naturalmente.
Dos 18 pacientes atendidos por Tardivo que já apresentavam osteomielite – quando a infecção atinge os ossos e existe a indicação de amputação – 17 puderam manter o membro. Nesses casos, o antibiótico não é eficaz, pois não chega às bactérias instaladas nos ossos.
No tratamento em teste, a luz tem o papel de provocar uma reação fotoquímica com o oxigênio presente nos micro-organismos, levando à produção de radicais livres, que destroem mesmo as bactéria resistentes.
Para chegar ao centro da infecção, Tardivo introduz um cabo de fibra ótica dentro da ferida. Para conduzir a luz ao interior das bactérias, é utilizada uma substância fotossensível: o azul de metileno.
PÉ DIABÉTICO
Pé Diabético é uma complicação crônica do diabetes mellitus, caracterizando-se por Infecção, ulceração e ou destruição dos tecidos profundos associadas a anormalidades neurológicas e vários graus de doença vascular periférica nos membros inferiores.
Fonte: Estadão, por Mariana Lenharo