Açai é fonte de alimento e renda para populações ribeirinhas

Agência CT&I Amazonas, por Rosilene Correa

Pesquisa realizada em comunidade no interior do Amazonas indicou diversidade no uso e alto potencial da espécie. Foto: Divulgação

Recife (PE) – Dentre as possibilidades de exploração disponíveis, o açaizeiro tem se destacado como fonte de alimento e de renda para algumas populações ribeirinhas do Amazonas. É o caso da comunidade Novo Paraíso, localizada no município de Benjamin Constant (distante 1.121 km da capital), onde as 90 famílias tem sua economia baseada na venda dos derivados do fruto.

Essa pluralidade do uso do açaí foi identificada na pesquisa ‘Usos da palmeira de açaí (Euterpe precatória) por agricultores familiares na comunidade Novo Paraíso, Benjamin Contant (AM)’,  realizada pela bolsista do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), campus de Tabatinga, Alana Garcia, e apresentada durante a 65ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Recife (PE).

“Identificamos que o açaí é mais que hábito alimentar para aquela comunidade, é na verdade a identidade daquelas pessoas que se alimentam, tratam algumas doenças, e tiram o seu sustento da venda de todo o artesanato feito a partir das sementes do açaizeiro”, explicou.

A pesquisa mostra, ainda, que a demanda pela polpa do fruto tem aumentado o que torna o cultivo da espécie uma alternativa no desenvolvimento econômico da comunidade. “Com expansão no mercado nacional e internacional, percebemos que é necessário, além de ampliar, melhorar a qualidade do fruto, uma vez que não se aproveita apenas a polpa”, acrescentou.

VARIEDADE E APROVEITAMENTO

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Fruto gera renda com o artesanato feito a partir das sementes. Foto: Divulgação

Os resultados obtidos com o estudo indicaram o aproveitamento em 100% da espécie, segundo a estudante. “Os agricultores não desperdiçam nada da espécie, todos consomem a polpa em forma de vinho, como forma de obter energia para a execução de suas atividades diárias ligadas a agricultura, o que exige um grande esforço”.

O aproveitamento das sementes para artesanato é outra aplicação dada a espécie.  “Em segundo lugar está o aproveitamento das sementes para confecção de artesanato, com a venda desses produtos eles podem adquirir o que não é produzido na comunidade. Em seguida, está a utilização para tratamento de algumas doenças como as verminoses e anemias. Por fim, eles também usam as estipes das palmeiras para a construção de pequenas instalações onde criam animais de pequeno porte, ou seja, a espécie é de extrema importância para aquela comunidade”, concluiu Garcia.

Agência CT&I Amazonas, por Rosilene Correa