Homem é mais resistente que mulher à dor por questão cultural, diz estudo

Um estudo divulgado, nesta quarta-feira (31), mostrou que os homens podem tolerar mais a dor que as mulheres. Segundo a pesquisa, isso acontece devido aos estereótipos associados ao gênero masculino.

O gênero e a cultura desempenham uma parte importante na forma como se lida com os incômodos e a dor, afirmou o cientista Osama Tashani, da Universidade Metropolitana de Leeds, na Inglaterra. Ele liderou o relatório que conclui que os estereótipos de gênero levam aos homens a ser mais impassíveis enquanto as mulheres mostram mais sensibilidade.

Para fazer a pesquisa, publicada no “European Journal of Pain”, Tashani recrutou 200 voluntários britânicos e líbios.

Após dois anos de estudos, sua equipe concluiu que os homens têm o limiar de dor mais elevado e se queixam menos de sua intensidade que as mulheres. No entanto, segundo Tashani, “alguns grupos étnicos são mais impassíveis e outros parecem mais livres na hora de expressar a dor”.

“Há uma quantidade cada vez maior de evidências de que a etnia influi na resposta à dor sentida”, concluiu o cientista.

Foram feitos dois tipos de experiências com todos os voluntários: uma prova de pressão, na qual se espetava a mão com um objeto pontiagudo, e outra em que se interrompia o fluxo sanguíneo no braço não dominante — esquerdo, para os destros, direito, para os canhotos.

Em ambas as provas, os resultados refletiram que os homens têm o limiar de dor mais alto e resistem mais do que as mulheres. Os líbios — tanto mulheres quanto homens — resistiram mais à dor do que o dos britânicos.

Segundo Tashani, os cientistas não notaram diferenças quanto ao nível de dor, mas as provas mostraram que o julgamento dos líbios sobre os papéis masculino e feminino era mais conservador que o dos britânicos.

Fonte: G1