Produção Integrada de guaraná é alvo de debates em Manaus

A produção de guaraná no Amazonas está avançando ao ponto de já ser exportada para países de todo o mundo. Pensando em técnicas aprimoradas para se adequar ao mercado europeu, produtores e pesquisadores debateram, na última terça-feira (06), técnicas e métodos de produção no Estado.

As discussões ocorreram durante seminário da Embrapa Amazônia Ocidental, com o tema ‘Componentes Tecnológicos de Suporte à Produção Integrada’. O evento segue até esta quarta-feira (07).

Segundo o Ministério da Agricultura, a Produção Integrada (PI) está focada na adequação de sistemas produtivos para geração de alimentos e outros produtos agropecuários de alta qualidade e seguros, mediante a aplicação de recursos naturais e regulação de mecanismos para a substituição de insumos poluentes, garantindo a sustentabilidade e viabilizando a rastreabilidade da produção agropecuária.

O coordenador do Projeto Semeando o Bioma Cerrado, pesquisador José Rosalvo Andrigueto, esclareceu aos produtores presentes que o mercado europeu exige que os frutos sejam certificados e para isso os produtores devem investir na Produção Integrada (PI).

Por meio da Produção Integrada, os frutos são produzidos a partir de técnicas de alta qualidade, mediante a aplicação de recursos naturais e regulamentação de mecanismos para a substituição de insumos poluentes, como agrotóxicos, garantindo a sustentabilidade.

“Temos de investir em métodos de produção sustentável eficientes, para que os frutos possam ser vendidos ao mercado internacional que está cada vez mais exigente”, esclareceu Andrigueto.

O Seminário ‘Componentes Tecnológicos de Suporte à Produção Integrada’ ocorre até esta quarta-feira (07), no auditório da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), das 8h às 18h, no bairro Distrito Industrial, em Manaus (AM).

PRODUÇÃO PARA O MUNDO

Chefa da Divisão de Fruticultura da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Rosilene Freitas Souto apresentou um panorama da produção brasileira e garantiu que já há espaço para os frutos brasileiros no mercado internacional.

Ela garantiu que um grupo de produtores japoneses e de outros países da Europa já demonstrou interesse em investir no cultivo do guaraná orgânico destinado ao mercado internacional.

“Apresento para vocês um panorama internacional e uma perspectiva de mercado que pode inclusive alavancar a produção e exportação dos frutos produzidos no Brasil para o restante do mundo”, disse a chefa.

PRODUÇÃO DE CITRUS

No Amazonas, as técnicas de Produção Integrada (PI) já são utilizadas para a produção de citrus. Segundo o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Mandioca e Fruticultura, José Eduardo Borges de Carvalho, as técnicas podem ser aplicadas para auxiliar na produção e cultivo dos guaranazeiros em todo Estado.

“Já há um avanço na produção integrada entre os produtores de citrus no Amazonas e os subsídios podem ser aplicados também aos guaranazeiros”, garantiu Carvalho.

O projeto ‘Desenvolvimento da Citricultura e Implantação do modelo de produção integrada no Estado do Amazonas’, denominado de ‘Citrus’ foi realizado pela Embrapa Amazônia Ocidental e coordenado pelo pesquisador Marcos Garcia.

O projeto emprega mecanismos de gestão de qualidade e de monitoramento ao longo de toda a cadeia produtiva, desde a implantação das plantações até a expedição e chegada do produto ao consumidor final.

A iniciativa está vinculada ao Programa de Apoio à Consolidação das Instituições de Ensino e Pesquisas’ (Pro-Estado), desenvolvido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), em parceria com a Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror).

PROGRAMAÇÃO

A programação do Seminário de Produção Integrada do Guaraná no Amazonas continua durante toda a tarde desta quarta-feira, com palestras de pesquisadores da Embrapa Ocidental referente ao manejo integrado dos guaranazeiros e experiências de clonais de guaranazeiros por meio de uma produção limpa — sem uso de agrotóxicos — e sustentável.

Fonte: Agência Fapeam, por Camila Carvalho