BID sinaliza investimentos para a região Norte na área de CT&I

Em reunião realizada em Brasília, nesta quarta-feira (07), a direção do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) ratificou a posição de construir uma estratégia de desenvolvimento dedicada à região Norte, com forte viés em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Participaram do encontro o presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I e secretário de estado da área no Amazonas, Odenildo Sena, especialistas setoriais e membros da direção da instituição bancária.

O objetivo do BID é atuar como uma instituição de desenvolvimento. Para tanto, representantes do banco explicaram que devem ser disponibilizar recursos para investimentos em ações transversais de maior impacto social em parceria com estados e municípios.  Entre as áreas prioritárias sinalizadas, pode-se destacar saúde, educação, infraestrutura, empreendedorismo e desenvolvimento sustentável.  Tais ações devem ser permeadas por um modelo de desenvolvimento com forte viés em CT&I.

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Nesse contexto, um dos projetos com grande possibilidade de ser contemplado é o Plano Norte de CT&I. Apresentado pelo presidente do Consecti e secretário de CT&I do Amazonas durante a reunião, o plano foi idealizado pelo Consecti em conjunto com o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). A finalidade é inserir a região em uma matriz de desenvolvimento, baseada na economia verde e com foco em recursos renováveis.

“Apresentamos as possíveis ações que estão contempladas no plano. O nosso objetivo é estreitar o relacionamento com a entidade de maneira que possamos firmar parceria para financiamento dessas iniciativas”, afirmou Odenildo Sena.

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Durante a reunião, o presidente do Consecti ressaltou que é preciso induzir políticas de Estado para a Amazônia em CT&I, baseadas em estudos já existentes e capazes de estabelecer uma governança na área.  “As últimas grandes intervenções na região ocorreram, ainda, na época dos militares, como a Zona França de Manaus, a Transamazônica e as usinas hidrelétricas de Balbina e Tucuruí. Temos dificuldade de construir uma cadeia produtiva aliada com boas práticas, por exemplo”, disse. Segundo ele,  é necessário exercitar o planejamento territorial de forma ativa e confiante, de maneira a propiciar o fortalecimento da agenda das instituições para a região.

Outro desafio regional apontado por Sena é a questão do acesso à cobertura de conectividade pela população em geral e em especial, como mecanismo para  fortalecer os núcleos regionais.

PAPEL DAS SECRETARIAS DE CT&I E FAPS

Na ocasião, também foi abordado sobre o papel estratégico das Secretarias Estaduais de CT&I e das Fundações de Amparo a Pesquisa dos Estados no contexto do fortalecimento da área de Ciência, Tecnologia e Inovação na região.  “A institucionalidade das secretarias e das Faps foram marcos fundamentais”, disse Sena. Porém, conforme o presidente do Consecti, é preciso pensar em mecanismos para reter profissionais na região.

CIÊNCIAemPAUTA, por Lisângela Costa