Implante transparente pode criar janela para o cérebro

Pequeno implante poderá, segundo pesquisadores, tornar exames e tratamentos mais eficientes. Foto: Divulgação

O dispositivo, descrito em um estudo na publicação científica Nanomedicine: Nanotechnology, Biology and Medicine, é feito com uma versão transparente de um material usado para implantes de quadril e é capaz de substituir uma pequena parte do crânio.

A equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia em Riverside diz que a novidade pode, no futuro, permitir que raios laser sejam mais eficientemente disparados dentro do cérebro, maximizando seus efeitos para tratar distúrbios neurológicos.

“O implante é um primeiro passo crucial em direção a novos conceitos que estamos desenvolvendo, cujo objetivo é promover formas clinicamente viáveis para acesso visual ao cérebro, quando necessário, em áreas amplas, de forma recorrente, sem a necessidade de craniectomias (intervenção cirúrgica que retira parte do cérebro)”, diz o estudo.

ACESSO AO CÉREBRO 

Os pesquisadores explicam que tomografias e novos tratamentos a laser para pacientes vítimas de câncer ou derrames requerem cada vez mais acesso ao cérebro. No entanto, esse acesso costuma ser limitado, já que parte do crânio precisa ser removida e recolocada a cada intervenção médica.

Com o implante transparente, essa exigência deixaria de existir.

“O implante é colocado sob o couro cabeludo, temporária ou permanentemente, e permite o uso de fibras óticas para distribuir laser a partes do cérebro mais superficiais ou profundas”, explicam os cientistas.

O material escolhido,  zircônia estabilizada con ítria, usado em alguns implantes de cerâmica para quadris e para coroas dentárias – foi adaptado para se tornar transparente.

Segundo os cientistas, o material é seguro para implantes.

“Neste caso, temos uma ideia que parece ficção científica, mas que se tornou fato científico, com grande potencial para impacto positivo nos pacientes”, diz o professor de engenharia mecânica Guillermo Aguilar, um dos autores do estudo.

Fonte: BBC