Educadores consideram o impacto das olimpíadas científicas bastante positivo
Os resultados positivos alcançados por estudantes brasileiros em olimpíadas científicas nacionais e internacionais confirmam a importância desses eventos não só para os alunos, mas para professores e escolas. De acordo com especialistas, essas competições promovem uma dedicação maior aos estudos e podem influenciar os jovens, no futuro, a seguirem carreiras na área científica.
Para João Batista Garcia Canalle, professor adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e coordenador da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) desde 1998, se alguém decide participar de uma olimpíada de forma voluntária, como é o caso da OBA, então o participante se prepara para a prova, pois pretende ganhar uma medalha. “Isso mostra que, se estudou mais do que faria sem a presença da olimpíada, então, já estamos causando um impacto sobre ele, pois estudou mais, e isso é o que mais queremos que os alunos façam. E veja que estudaram mais por livre e espontânea vontade, e é assim que mais se aprende”, analisa.
No caso dos professores, Canalle afirma que a OBA também influencia de forma positiva. “Para preparar ou ajudar os alunos a se prepararem, o professor precisa estudar um pouco mais. Neste processo ele está sendo induzido pela olimpíada a se capacitar, e, logo, isso é outro impacto da OBA sobre esses professores”, resume.
A escola não fica de fora nesse processo e também é beneficiada. No caso da OBA, este ano 20 mil lunetas foram compradas com a ajuda do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para serem distribuídas entre as escolas participantes. De acordo com Canalle, é um incentivo para essas escolas onde há pelo menos um professor interessado em astronomia e em proporcionar aos seus alunos a oportunidade de participarem da olimpíada. “Com isso, estamos causando um impacto sobre o acervo de materiais didáticos da escola, pois além da luneta estamos enviando livros, planisférios, revistas, cds, dvds etc, e creio quesomos a única olimpíada que faz isso em grande escala”, argumenta o professor. Ele revela ainda que estudos estatísticos realizados pela coordenação da olimpíada mostram que quanto mais vezes a escola participa da OBA melhores são as notas dos seus alunos. “Isso comprova que estamos causando um impacto sobre a capacitação de todos daquela escola”, conclui Canalle.
BONS EXEMPLOS
A 8ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) deste ano premiou mais de 140 alunos. Já na 20ª Competição de Matemática para Estudantes Universitários, realizada na Bulgária, os brasileiros somaram 14 medalhas, sendo uma de ouro, 11 de prata e duas de bronze. A delegação brasileira conquistou quatro medalhas de bronze na sétima edição da Olimpíada Ibero-Americana de Biologia (Oiab), realizada na Argentina. E em outra competição internacional, a Olimpíada de Matemática da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, organizada em Maputo (Moçambique), o Brasil ficou, pelo terceiro ano consecutivo, com a primeira posição geral. A delegação brasileira conquistou uma medalha de ouro e três de prata.
Professor do Departamento de Ciências Aplicadas à Educação, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro do GAME – Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais, José Francisco Soares adota a seguinte hipótese explicativa para os impactos positivos das olimpíadas científicas: “qualquer envolvimento da escola em algo pedagogicamente relevante produz resultados”, afirma ele.
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Fonte: Jornal da Ciência