Pesquisadores buscam compreender o comportamento dos caramujos
![Pesquisadores estão analisando o potencial zootécnico de gastrópodes das espécies Pomacea amazônica e Pomacea bridgesii, caramujos nativos do norte do Brasil. (Foto: Divulgação/ICET).](http://temporario.seplancti.am.gov.br/wp-content/uploads/2013/09/Caramujo-310x220.jpg)
Um estudo realizado pelos pesquisadores do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia de Itacoatiara (ICET) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) está analisando o potencial zootécnico de gastrópodes das espécies Pomacea amazônica e Pomacea bridgesii, caramujos nativos do norte do Brasil, conhecidos popularmente como Uruás. Estas pesquisas vem sendo desenvolvidas no laboratório de Zoologia do ICET, onde alunos de graduação e pós-graduação, orientados pelos professores doutores Bruno Sant’Anna e Gustavo Hattori buscam entender o comportamento dessas espécies.
Os alunos de mestrado, Timóteo Watanabe e Izomar Melo estão desenvolvendo experimentos, simulando as condições naturais da várzea amazônica, como as cheias e vazantes características da região.
Segundo Timóteo Watanabe o trabalho consiste em estudar a biologia e a ecologia das espécies nativas. “Procuramos entender o efeito do peculiar regime hídrico do ambiente amazônico que se altera muito no decorrer do ano e compreender o comportamento das espécies e a influência do ambiente neste comportamento”, explicou.
Utilizando as mesmas espécies a aluna de graduação Delma Marques, em seu projeto de iniciação científica vem estudando o potencial alimentício dos caramujos por meio da investigação dos lipídeos, proteínas, cinzas e outras características da carne desses moluscos, que constitui em algumas regiões do planeta, um precioso recurso alimentar.
A resistência à dessecação também foi alvo de estudo. A aluna graduação Keila Castro pôde comprovar um processo biológico denominado de estivação que é um comportamento de certas espécies frente às adversidades ambientais, onde elas entram numa espécie de dormência para pouparem energia na época da seca. Keila estudou a resistência à dessecação desses animais e confirmou a adaptação dos indivíduos à dinâmica das águas fluviais.
De acordo com o professor doutor Bruno Sant’Anna os trabalhos pretendem entender minuciosamente as Pomaceas. “O objetivo geral dos trabalhos é entender um pouco mais da ecologia e da biologia nos aspectos relacionados à reprodução, ao comportamento relacionado ao fluxo de água amazônico que é diferente de outras partes do mundo. O estudo das Pomaceas está relacionado ao potencial alimentício delas e o objeto de um dos nossos projetos de iniciação cientifica é estudar o rendimento de carne, potencial de proteína, lipídeos e saber o valor nutricional da carne, já os projeto de mestrado buscam entender o comportamento e reprodução para futuramente realizar criação em cativeiro e oferecer um retorno financeiro à comunidade”, informou.
Os estudos apontam para a possibilidade de em médio prazo trazer retorno à comunidade através do cultivo das espécies para o consumo humano, isca de pesca, aquariofilia, ração animal e produção de biodiesel.
Fonte: Ascom ICET