Astrônomos de Fortaleza registram foto da passagem do cometa Ison

Ison é fotografado no céu do Ceará quando passava pela constelação de leão. Foto: CASF

Um grupo de astrônomos de Fortaleza registrou a passagem do cometa Ison na madrugada de terça-feira (15). O astro foi descoberto na Rússia em dezembro de 2012 com uso de um telescópio Ison, que batiza o cometa. O registro foi feito na cidade de Paramoti, no interior do Ceará, por membros do Clube de Astronomia de Fortaleza (Casf), que reúne astrônomos amadores e profissionais.

Com base em estudos da órbita do astro, acredita-se que o Ison se formou nos limites do sistema solar, em área conhecida como nuvem de Oort. “Tal nuvem fica além da órbita de Urano e é formada por restos da formação do sistema solar. Estudar cometas vindos dessa região é importante, pois eles podem trazer pistas de como se formaram o Sol e os planetas e como surgiu a vida na Terra”, explica Paulo Régis, membro do Casf.

A imagem feita pelo grupo registra a passagem do Ison pela constelação de Leão. Na foto é possível é identificar o centro do astro e a cauda, parte de aspecto esfumaçado, formado pela poeira desintegrada do corpo sólido durante o trajeto em torno do Sol.

“Fotografar o cometa ainda longe da Terra não é uma tarefa fácil. Ele é muito pequeno e débil para ser detectado por equipamentos comuns. É necessário equipamentos especiais e bons telescópios. No mundo, alguns registros já foram feitos; no Brasil, temos apenas dois registros até agora”, diz Régis.

O Ison orbita o Sol em uma trajetória na forma de parábola e deve atingir em 28 de novembro o periélio, a menor distância de um astro em relação ao Sol, quando ele “viaja” em velocidade máxima.

Com a aproximação em relação ao Sol, a visualização do astro deve se tornar mais fácil e com registros mais nítidos. “O Ison, segundo as previsões iniciais, deve se tornar no final de novembro um astro próximo de um grande cometa, provavelmente visível a olho nu e chamando muita atenção, mesmo em grandes centros urbanos, como Fortaleza”, explica o membro do Casf.

Para visualização de astros nos céu noturno, áreas com luminosidade urbana facilitam a observação.

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