Relatório sugere ‘desaceleração permanente’ em emissões de CO2

Na China, as emissões de CO2 cresceram 3%, taxa significativamente menor do que os 10% que costumava apresentar na década passada. Foto: Reprodução

As emissões globais de dióxido de carbono (CO2) parecem estar dando os primeiros sinais de “desaceleração permanente” em suas taxas de crescimento, aponta um relatório recém-divulgado pela Agência Ambiental da Holanda e pelo Centro de Pesquisas Integradas da Comissão Europeia.

Segundo o levantamento, as emissões cresceram em 2012, mas a taxas menores – menos da metade da média a que cresciam ao longo da última década.

Entre as causas dessa desaceleração, diz o estudo, estão o aumento no uso de gás de xisto (menos poluente que o carvão como fonte de energia) nos EUA e a elevação em 23% no uso de energia hidrelétrica na China.

No entanto, o uso de carvão – mais barato e poluente – continua a preocupar ambientalistas. No Reino Unido, por exemplo, o consumo desse tipo de energia cresceu quase 25%. O relatório, que é produzido anualmente, aponta que as emissões de CO2 alcançaram um novo recorde em 2012, de 34,5 bilhões de toneladas. Isso corresponde a um aumento de 1,4%, apesar de a economia global ter crescido 3,5%.

MUDANÇAS

A disparidade entre as emissões e o crescimento global parece estar relacionado ao menor uso de combustíveis fósseis, ao crescimento da energia renovável e da economia de energia.

Os maiores emissores – que respondem por 55% do total de CO2 do mundo – foram a China, os EUA e a União Europeia. E os três promoveram mudanças consideradas “notáveis” pelo relatório.

Na China, as emissões de CO2 cresceram 3%, taxa significativamente menor do que os 10% que costumava apresentar na década passada.

Há dois fatores importantes nessa desaceleração: primeiro, o fim de um grande pacote de estímulo econômico; segundo, um aumento significativo no uso de energia hidrelétrica, que por si só reduziu as emissões em 1,5%.

Nos EUA, o avanço do uso do xisto continua a trazer mudanças significativas. As emissões do país caíram 4% em 2012, sobretudo por causa de uma mudança de rumo – com o carvão sendo trocado pelo gás – para a geração de eletricidade.

O xisto é responsável atualmente por um terço da produção de gás dos EUA e quase um quarto da produção de petróleo.

Outra redução significativa de poluição ocorreu na União Europeia, onde a recessão econômica forçou um declínio de 1,3% nas emissões de CO2 – graças à queda no consumo de petroléo e gás, causado, entre outras coisas, por uma redução no transporte rodoviário.

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Fonte: BBC Brasil