Intervenção educativa melhora qualidade de vida de pacientes crônicos

Um modelo de intervenção educativa que alia orientação por meio de material didático tem conseguido melhorar o estado de saúde de pacientes com condições crônicas. Foto: Reprodução

Graças a um modelo de intervenção educativa que alia orientação por meio de material didático, atendimentos presenciais e seguimento por telefone, um grupo de pesquisadores da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), tem conseguido melhorar o estado de saúde de pacientes com condições crônicas.

Os resultados da pesquisa, realizada no âmbito de um Projeto Temático Fapesp, coordenado pela professora Lídia Aparecida Rossi, foram apresentados na última semana, na cidade norte-americana de Raleigh, durante a programação da Fapesp Week North Carolina.

“Com o envelhecimento populacional, o número de pessoas com condições crônicas – decorrentes de doenças ou traumas físicos que requerem cuidados permanentes por longos períodos – tende a aumentar. Por esse motivo, o seguimento adequado dessas pessoas tem sido uma preocupação crescente na área de enfermagem em todo o mundo”, contou Rossi.

Diversas enfermidades podem ser classificadas como condições crônicas, entre elas Parkinson, Alzheimer, diabetes e doenças cardiovasculares. Em Ribeirão Preto, pessoas com cardiopatia e vítimas de queimaduras graves estão sendo acompanhadas pelo Grupo de Investigação em Reabilitação e Qualidade de Vida, coordenado por Rossi e pela professora Rosana Spadoti Dantas.

O trabalho conta com a participação de uma equipe da Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), liderada pela professora Roberta Cunha Matheus Rodrigues, e com a colaboração das pesquisadoras Marcia Ciol e Jeanne Hoffman, ambas da University of Washington, nos Estados Unidos.

“Estudos do nosso grupo mostraram que condições crônicas distintas apresentam respostas bastante semelhantes, como medo, ansiedade, depressão, diminuição da autoestima, perda de autonomia, problemas de adesão ao tratamento e prejuízo da qualidade de vida”, contou Rossi.

Parte desse resultados foi publicada nos periódicos Disability and Rehabilitation e na Revista Brasileira de Saúde Pública.

Em um Projeto Temático Fapesp já concluído, os pesquisadores adaptaram e validaram para a cultura brasileira várias escalas – originalmente propostas para serem usadas em outros países – que permitem avaliar aspectos subjetivos das pessoas com condições crônicas, como ansiedade relacionada à dor, imagem corporal e qualidade de vida.

“Atualmente, esses instrumentos estão sendo usados em nossos estudos e por outros pesquisadores para mensurar os resultados de intervenções que visam a aumentar a adesão ao tratamento e a autoeficácia dos pacientes, que, nesse caso, representa a capacidade de desempenhar ações para melhorar a própria saúde”, explicou Rossi.

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Fonte: Agência Fapesp