Para Dilma, Prêmio Finep reforça centralidade da inovação no País

Dilma entrega o prêmio à vencedora da categoria Pequena Empresa. Foto: MCTI

Ao entregar o Prêmio Finep de Inovação, nesta quarta-feira (04), em cerimônia no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff declarou que a condecoração distribuída pela Financiadora de Estudos e Projetos reafirma a centralidade da inovação na estratégia de desenvolvimento nacional.

“O prêmio reconhece o talento e a inventividade de pessoas e empresas que, a partir de ideias inovadoras, buscam produzir novos conhecimentos e novas tecnologias em favor de avanços produtivos e de mais qualidade de vida para a sociedade brasileira”, disse a presidenta. “A inovação resulta em ganhos de produtividade, que são requisitos para a continuidade e a sustentabilidade de nossa trajetória de crescimento com distribuição de renda”.

Dilma destacou a evolução do número de participantes ao longo das 16 edições do prêmio. “Em 1998, 25 candidatos se inscreveram”, lembrou. “Neste ano, foram 570 inscritos, incluindo uma bem vinda surpresa: a categoria Pequena Empresa registrou o maior número de concorrentes, nada menos que 166. Em um País de empreendedores como o Brasil, é animador que a inovação esteja inscrita entre os objetivos das nossas pequenas empresas”.

Somados os valores das duas etapas do prêmio, os vencedores recebem R$ 8 milhões. Os campeões das nove categorias nacionais levam, além do troféu, as seguintes quantias: Instituição de Ciência e Tecnologia – R$ 200 mil; Inovação Sustentável – R$ 100 mil; Inventor Inovador – R$ 100 mil; Média Empresa – R$ 300 mil; Micro e Pequena Empresa – R$ 200 mil; Tecnologia Assistiva – R$ 100 mil; Tecnologia Social – R$ 200 mil; Grande Empresa – R$ 500 mil; e Inovar Fundos – R$ 100 mil, para cada uma das três subcategorias.

“A vencedora na categoria Pequena Empresa, a Marina Tecnologia, é um excelente exemplo, pois coleciona prêmios por suas inovações nos produtos de borracha que desenvolve lá em Triunfo, no Rio Grande do Sul”, observou a presidenta. “Vejam o CBPAK, que utiliza mandioca e água para fazer recipientes biodegradáveis, ou ainda a Fundação de Tecnologia do Estado do Acre, responsável pela fábrica de preservativos produzidos com látex, vendidos para o SUS, ou mesmo a F123 Consulting, que desenvolveu um leitor de telas para deficientes visuais de baixo custo e ampla utilização”.

GRANDE ANO

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, ressaltou que 2013 mobilizou o Brasil em torno do tema. “Essa mobilização se justifica, uma vez que a inovação certamente é o meio mais eficaz para aumentarmos de maneira substantiva e sustentável a competitividade das nossas empresas e da nossa economia”, disse. “Melhorar nossas condições para competir na economia global é hoje um dos maiores desafios do País”.

Raupp classificou este ano como “o mais emblemático e auspicioso que o Brasil já viveu no campo da inovação”, pelo volume de recursos públicos disponíveis para empresas fazerem pesquisa e desenvolvimento, ou, em outras palavras, pela “disposição do Governo Federal de compartilhar com as empresas os custos dos riscos tecnológicos da inovação”.

Para o ministro, o Plano Inova Empresa, anunciado em março, é um salto sem precedentes no financiamento à atividade, com investimentos de R$ 32,9 bilhões para 2013 e 2014. “Se a disposição do Governo foi exemplar, a resposta das empresas esteve sempre à altura. Os editais lançados neste ano já somam perto de R$ 19 bilhões. As propostas iniciais enviadas por 2,6 mil empresas e instituições de pesquisa chegaram a R$ 63 bilhões. Nossas empresas têm, sim, projetos de inovação, e querem inovar”, avaliou.

Raupp ainda enumerou como avanços o aumento de eficiência da Finep, a mobilização de diversos ministérios – “apesar de ter inovação em seu nome, o MCTI não quer exclusividade” –, o marco legal discutido no Congresso Nacional e a institucionalização da Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial e Inovação (Embrapii), cujo contrato de gestão deve ser assinado quinta-feira (05). “Com isso, a Embrapii deixará de ser um projeto piloto para se tornar um condutor do Brasil pelos caminhos da inovação”, previu o ministro.

DIFERENÇA

Na opinião do presidente da Finep, Glauco Arbix, o prêmio é um dos principais instrumentos para incentivar e  reconhecer o desenvolvimento de soluções inovadoras no País. “As empresas que estão aqui têm algo a mais”, afirmou. “No Brasil, as empresas que inovam remuneram 23% a mais [os empregados] do que as que não inovam. Elas são até sete vezes mais produtivas do que as outras e geram postos de trabalho mais estáveis e de melhor qualidade”.

Arbix lembrou que o Plano Inova Empresa tem “uma família de programas inéditos em andamento”, para agricultura, energia, saúde, área espacial, petróleo e etanol, e anunciou que estão “no forno” iniciativas semelhantes para sustentabilidade, telecomunicações, mobilidade urbana e educação, além do edital Inova Petro Engenharia e da segunda versão do Plano Conjunto de Apoio à Inovação Tecnológica Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico (Paiss), voltada ao setor agrícola relacionado ao etanol.

Fonte: MCTI