Homem e primatas queimam 50% menos calorias ao dia que outros mamíferos

Esse déficit de queima calórica, caracterizado por um metabolismo mais lento, permite ao homem e outros primatas viverem vidas mais longas. Foto: Reprodução

O homem e outros primatas queimam metade das calorias por dia que o restante dos mamíferos queima, aponta um novo estudo conduzido por pesquisadores ligados à Hunter College e à Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.

Esse déficit de queima calórica, caracterizado por um metabolismo mais lento, permite ao homem e outros primatas viverem vidas mais longas e crescerem menos velozmente.

O assunto é destaque no jornal científico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). Para chegar à conclusão de que queimamos 50% menos calorias que outros mamíferos, a pesquisa reuniu um time de cientistas e usou primatas em zoológicos, santuários animais e na vida selvagem como exemplo, totalizando 17 espécies.

Os pesquisadores usaram uma técnica que monitora a produção corporal de gás carbônico, permitindo medir a queima de calorias dos primatas no período de 10 dias. Ao combinar essas medidas com dados de outros estudos, os cientistas puderam comparar a queima calórica diária de primatas com o restante dos mamíferos.

Essa sensível redução na taxa metabólica era, até então, desconhecida entre primatas, mas é o que lhes permite viver mais. Todos os organismos precisam de energia para crescer e se reproduzir.

A lentidão com que primatas crescem, se reproduzem e envelhecem está de acordo com sua baixa taxa de gasto energético, indicando que a evolução atuou na taxa metabólica de forma a permitir que primatas vivam vidas mais longas, aponta o texto de divulgação do estudo.

UMA MARATONA POR DIA

“Os resultados foram surpreendentes. Humanos, chimpanzés, babuínos e outros primatas gastam apenas metade das calorias diárias de outros mamíferos. Para por esse conceito em perspectiva, um humano — mesmo que com estilo de vida fisicamente ativo— teria de correr uma maratona por dia para chegar à média diária de gasto energético de um mamífero de seu tamanho“, afirma o antropologista, Herman Pontzer, líder da pesquisa.

Os cientistas envolvidos na descoberta afirmam que ela permitirá um melhor conhecimento sobre os processos pelos quais o corpo passa ao envelhecer, além de possibilitar mais entendimento sobre desordens metabólicas e obesidade.

Fonte: UOL