Túnel da Ciência chega ao Brasil

Após uma viagem de 21 dias de navio, partindo da Alemanha, o Túnel da Ciência Max Planck chega pela primeira vez ao Brasil. A partir desta quinta-feira (30) até 21 de fevereiro, o público paulistano poderá conhecer a exposição itinerante e interativa que mostra o mundo das descobertas e pesquisas científicas. As duas primeiras versões do túnel já passaram por vários países, em quatro continentes, e atraíram mais de nove milhões de visitantes.

Os destaques da exposição no Brasil são uma réplica do veículo de exploração espacial Curiosity, enviado pela Nasa à Marte em 2012 e que identificou o leito de um antigo curso de água e amostra de solos, e o Espelho Mágico, aparelho que através da tecnologia “realidade aumentada”, alinhando imagens reais e virtuais, produz um efeito semelhante ao do raio-x, criando a ilusão de que é possível visualizar internamente o próprio corpo.

Segundo o coordenador do projeto, Peter Steiner, o túnel, além de divulgar e reforçar a importância da ciência, pretende estimular a curiosidade do público, fazendo uma ponte entre a pesquisa e a influência dela na vida cotidiana. O túnel também é uma maneira de estimular o interesse de jovens na pesquisa e numa carreira na área científica.

Durante esse percurso, os visitantes são conduzidos nesse universo de pequenas e grandes dimensões, descobrindo, por exemplo, o processo biomecânico das plantas, as complexas estruturas do cérebro e ainda as turbulências caóticas na formação de nuvens. “É uma experiência imersível, ou seja, que envolve o visitante”, diz Steiner.

PESQUISA DE PONTA

A exposição multimídia tem mil metros quadrados e é dividida em oito grandes temas. “Todos os módulos possuem exemplos da Sociedade Max Planck e suas bases são as pesquisas realizadas nos nossos institutos”, revela Steiner. Esta é a terceira versão do túnel criado em 2000.

O módulo “Universo” trata dos quarks ao cosmo; “Matéria” traz o mundo da nanociência; “Vida” vai dos elementos aos sistemas; “Complexidade” contempla a interação e a informação; “Cérebro” faz uma viagem dentro desse órgão humano; “Saúde” apresenta as pesquisas na medicina futura; “Energia” mostra as alternativas de fontes renováveis; e, por fim, “Sociedade” aborda as ciências humanas.

Por meio de fotografias, vídeos, animações em 3D e entrevistas, o Túnel da Ciência mostra os projetos de pesquisa de ponta realizados nos 82 institutos que pertencem à Sociedade Max Planck, revelando suas perspectivas, chances e desafios.

A instituição é a organização de pesquisa mais bem sucedida da Alemanha. Desde sua fundação, em 1948, seus pesquisadores já ganharam 17 prêmios Nobel. Por ano, seus 5.470 cientistas e 4.487 bolsistas e pesquisadores visitantes publicam mais de 15 mil artigos em revistas internacionais especializadas.

TEMPORADA

A solenidade de abertura do Túnel da Ciência aconteceu na quarta-feira (29) e contou com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do vice-presidente da Sociedade Max Planck, Stefan Marcinowski, e outras autoridades.

O discurso de abertura foifeito por Erwin Neher, diretor do Instituto Max Planck para Química Biofísica. Neher, que fez descobertas sobre as funções dos canais iônicos nas células, ganhou em 1991 o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia.

Paralelamente ao túnel, está programada uma série de palestras e mesas redondas com pesquisadores alemães e brasileiros. Os eventos acontecem no âmbito da Temporada Alemanha+Brasil 2013-2014.

A partir desta quinta-feira (30), o público poderá visitar o Túnel da Ciência que está em exposição no Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca, em São Paulo, e fica aberto de segunda a sexta das 8h às 19h e sábado e domingo das 12h às 19h. A entrada é gratuita e a faixa etária é a partir de 12 anos.

Fonte: DW