Aeronaves sobrevoarão a Amazônia para coletar dados sobre a floresta

As pesquisas serão realizadas no âmbito do programa de pesquisas Green Ocean Amazon (GOAmazon) com um aporte financeiro de R$ 24 milhões. Foto: Reprodução

Pela primeira vez, em um período de 20 anos, uma aeronave de pesquisa internacional foi autorizada pelo Governo Federal a entrar no espaço aéreo brasileiro. A aeronave Gulfstream ARM 1, conhecida como G-1, do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE/EUA) será utilizada para verificar o potencial de crescimento urbano em áreas ambientais, especialmente na Amazônia, e analisar a interação da floresta amazônica com a atmosfera.

As pesquisas serão realizadas no âmbito do programa de pesquisas Green Ocean Amazon (GOAmazon) com um aporte financeiro de R$ 24 milhões das Fundações de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Governo do Estado; de São Paulo (Fapesp), e do DOE. “Essa é a primeira aeronave de pesquisa (a entrar no espaço aéreo brasileiro para pesquisas na Amazônia) em quase 20 anos. Isso representa uma mudança de paradigmas e esperamos que isso signifique um grande caminho para as pesquisas atmosféricas”, disse a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Karla Longo.

A declaração foi dada, na noite da última terça-feira (18), durante a cerimônia de apresentação do GOAmazon, realizada no auditório da Ciência, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Karla Longo, que também é membro do Comitê Científico do GOAmazon, esclareceu que a aeronave foi autorizada a entrar no espaço aéreo brasileiro em junho de 2013 e que será utilizada em, pelo menos, dois períodos. Segundo ela, neste primeiro momento serão 75 horas de voo no entorno de Manaus durante a estação úmida. “A aeronave chegou no dia 16, iremos fazer o primeiro voo técnico nos dias 20 e 21 (deste mês) e no dia 27 de março a aeronave retorna para os Estados Unidos”, explicou.

A segunda etapa da pesquisa será com voos na estação seca nos meses de setembro e outubro e, além do G-1, a previsão é que seja utilizado o avião alemão High Altitude and Long Range Research Aircraft (HALO). Os aviões são equipados para coletar dados de gases, aerossóis e medidas de nuvens. As informações são coletadas em voos com duração de quatro a cinco horas.

INFRAESTRUTURA

Por meio do GOAmazon, ao longo do desenvolvimento de seis projetos de pesquisa, até dezembro de 2015, cientistas buscarão conhecer, em detalhes, a dinâmica da floresta amazônica e como as alterações nesta dinâmica afetam o restante da Terra.

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Rodrigo Souza, afirmou que quatro sítios experimentais de referência foram implantados para dar suporte às pesquisas. São eles: T0, localizado no Observatório com Torre Alta da Amazônia (Projeto ATTO), nas proximidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã; T1, situado das dependências do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa); T2, no município de Iranduba e o T3, localizado na Fazenda Exata, no município de Manacapuru.

São parceiros para a realização das pesquisas por meio do GOAmazon, as Universidades do Estado do Amazonas (UEA) e Federal do Amazonas (Ufam), de São Paulo (USP) de Harvard, os Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de Espaço e Aeronáutica (IAE/BRA) e Max Planck de Química (MPIC/Alemanha).

Fonte: Agência Fapeam