Cientistas mobilizam-se em prol de novo antibiótico contra tuberculose
Pesquisadores suíços e russos descobriram um novo antibiótico para a tuberculose extremamente promissor. O novo medicamento é especialmente eficaz contra as estirpes multirresistentes da doença.
Em um artigo publicado na revista EMBO Molecular Medicine, os cientistas mostram que, quando combinado com outras drogas, o novo antibiótico PBTZ169 pode destruir até mesmo as cepas mais resistentes da bactéria da tuberculose.
PARA QUEM MAIS PRECISA
O maior destaque, porém, vem da ação que os pesquisadores tomaram a seguir para tentar levar o novo antibiótico para quem mais precisa dele.
A equipe formou uma fundação, batizada de IM4TB, com apoio do Instituto Politécnico Federal de Lausanne, na Suíça, com o objetivo de trazer o novo tratamento para o mercado.
Este passo incomum – geralmente os cientistas correm para patentear suas criações – foi tomada porque, tradicionalmente, a transferência de tecnologia da academia para a indústria farmacêutica não funciona bem no caso da tuberculose.
As empresas alegam que colocar o medicamento no mercado – os chamados custos de desenvolvimento – são muito altos. E os países mais afetados pela tuberculose geralmente mal conseguem manter suas próprias infraestruturas de saúde, e não se tornariam bons clientes das indústrias.
Mesmo que a tuberculose mate mais de 1,5 milhão de pessoas a cada ano, o mercado não apresenta o custo-benefício exigido pelas empresas farmacêuticas.
PBTZ169
Segundo a equipe, o PBTZ169 é extremamente promissor. Ele ataca o ponto forte da bactéria, a parede celular, que forma um escudo impenetrável para os antibióticos e o sistema imunológico do paciente.
Localizada no campus do Instituto, a Fundação IM4TB planeja começar os testes do novo antibiótico contra tuberculose em humanos dentro de um ano.
Para isso, a equipe já obteve a colaboração da Universidade de Hospitais de Lausanne (CHUV).
Fonte: Diário da Saúde