Tecnologia permite tratamento de resíduos sanitários em embarcações
Segundo pesquisa realizada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), divulgada em 2013, circulam na bacia hidrográfica do Amazonas 120 mil embarcações, que realizam o deslocamento fluvial de aproximadamente 9 milhões de pessoas por ano. O destino dos resíduos sanitários produzidos por essas embarcações, sem qualquer tipo de tratamento, são os rios.
Foi pensando nisso que o engenheiro, Roberto Lavôr, em parceria com a empresa Qluz Ecoenergia, desenvolveu um sistema de biodigestão de resíduos sanitários para embarcações que navegam pelos rios do Amazonas. O projeto foi aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa de Subvenção Econômica à Inovação Tecnológica em Micro e Pequenas Empresas no Estado do Amazonas (Tecnova Amazonas), edital 25/2013.
Conforme Lavôr, o sistema, por meio da biodigestão, conta com caixas de fibra interligadas entre si. As caixas têm um cano para a eliminação do gás metano, produzido no tratamento. A mistura química para a decomposição é colocada nos tanques gerando bactérias responsáveis pelo processo de decomposição dos dejetos.
Para a adequação, as embarcações devem ter tanques de retenção ou tanques de tratamento. “O tratamento por biodigestão tem eficiência, com baixo custo e não exige muita manutenção e é ideal para pequenas embarcações. Por ano, são despejadas cerca de 4 milhões de toneladas de fezes e 13 milhões de litros de urina nos rios do Amazonas, com mais de 450 microbactérias conhecidas”, alertou.
Os efluentes sanitários representam perigo à saúde pública e ao meio ambiente, segundo Lâvor, e exigem maiores cuidados no seu acondicionamento, transporte, tratamento e destino final.
TECNOVA AMAZONAS
Além da Fapeam e da Agência Brasileira de Inovação (Finep), o Tecnova Amazonas é resultado do esforço conjunto de uma rede de parceiros capitaneada pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (SECTI-AM) e que envolve a Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam); Rede Amazônica de Incubadoras (Rami); Instituto Euvaldo Lodi (IEL); e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e que conta com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Para essa chamada, 41 empresas habilitadas têm acesso facilitado a recursos financeiros para o desenvolvimento de projetos de inovação tecnológica em todo o Estado do Amazonas. Com o Tecnova Amazonas, as duas instituições irão disponibilizar um valor recorde para que as micro e pequenas empresas das áreas de gás e petróleo; energias alternativas; tecnologias da informação (TI); construção naval; produtos alimentícios; florestais e biotecnológicos; e produtos e serviços ambientais possam criar um cenário propício ao desenvolvimento de um ecossistema de inovação dinâmico e robusto.
Fonte: Agência Fapeam, por Adriana Pimentel