Instituto Mamirauá apresenta resultados de pesquisas sobre peixes
Para definir estratégias de conservação de peixes é necessário conhecer aspectos da ecologia e, principalmente, da biologia reprodutiva das espécies. Esse tem sido o tema de algumas das pesquisas desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisas Ecologia e Biologia de Peixes do Instituto Mamirauá. Os resultados desses estudos estão sendo apresentados esta semana durante o 5º Workshop INCT-Adapta, realizado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), em Manaus.
Um dos trabalhos discutidos é o da ecologia comportamental da reprodução da família dos ciclídeos, que possui relevância econômica na Amazônia brasileira para a pesca comercial, esportiva e ornamental. Segundo o pesquisador Helder Queiroz, um dos autores do estudo, na região do Médio Solimões, os ciclídeos vêm sendo estudados ao longo dos últimos anos associados às condições dos diferentes corpos d’água encontrados na área de estudo.
“Usando como modelos algumas das espécies que ocorrem na área, buscamos compreender como elas conseguem se adaptar a ambientes de águas pretas e águas brancas, com grandes variações de pH, de produtividade primária e disponibilidade de alimentos, de abundância de predadores, de altas mortalidades, e com abruptas variações sazonais no ciclo hidrológico”, afirmou Queiroz.
Na região do Médio Solimões, foi detectada até o momento a ocorrência de 20 gêneros de ciclídeos. Destes, apenas Apistogrammoides esteve presente exclusivamente nos ambientes de águas brancas, e apenas Uaru foi encontrado somente nos ambientes de águas pretas. O número total de espécies presentes ainda não é conhecido, uma vez que a identificação de membros de alguns dos gêneros presentes ainda se mostra problemática, mas acredita-se que ele se encontre em torno de 35 a 40 espécies para a região.
Fonte: Instituto Mamirauá