Dromedários teriam transmitido vírus Mers aos humanos, aponta estudo

O Mers é um primo do vírus responsável pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAS), mais letal, porém menos contagiosa, que matou cerca de 800 pessoas em todo o mundo em 2003. Foto; Reprodução

Um estudo genético apresentou a primeira evidência direta de que o coronavírus Mers é transmitido aos humanos por um dromedário da Arábia Saudita, segundo estudo publicado, na quarta-feira (05), na revista médica americana New England Journal of Medicine.

“Os dados sugerem que um dromedário foi a fonte de infecção por Mers de um doente que esteve em contato com as secreções nasais deste animal”, escreveram os autores.

A presença de “sequências genéticas idênticas” no coronavírus isolado do doente (um saudita de 44 anos que morreu vítima da infecção em novembro de 2013) e do dromedário de sua propriedade “sugerem uma transmissão direta entre este animal e o indivíduo, sem outra fonte intermediária”, afirmaram.

Os cientistas sauditas estabeleceram, ainda, que o dromedário e os outros oito que o homem possuía tinham sido infectados com o Mers antes de entrar em contato com o paciente.

O estudo sugeriu, ainda, que estes dromedários eram agentes intermediários da infecção, pois eliminaram o vírus do organismo após terem tido sintomas como secreções nasais, e mencionam os morcegos como possível fonte animal do Mers. Os coronavírus estão muito estendidos entre os animais e podem infectar outros morcegos, roedores e aves silvestres.

O saudita infectado foi internado no hospital no começo de novembro de 2013, com dificuldades respiratórias severas, uma semana depois de ter tido contato direto com um de seus dromedários.

O Mers é um primo do vírus responsável pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAS), mais letal, porém menos contagiosa, que matou cerca de 800 pessoas em todo o mundo em 2003.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, em meados de maio, que não declararia o estado “de emergência de saúde pública em nível global” diante da ausência de provas de uma transmissão do vírus de uma pessoa a outra, embora tenha afirmando que a gravidade da situação tinha “aumentado em termos de impacto sobre a saúde pública”.

Fonte: France Presse